Defesa do antigo presidente, afastado por decisão judicial, pede suspeição de desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal
Partido Republicano da Ordem Social (PROS), presidido atualmente pelo perito aposentado da Polícia Civil Marcus Holanda, deve retornar para o antigo presidente, o goiano Eurípedes Júnior. Ele foi afastado do comando da sigla em um processo conturbado na Justiça. Em março deste ano, a Oitava Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJ-DFT) havia validado uma convenção do partido realizada em julho de 2020, quando foi eleito Holanda.
No entanto, agora, uma reportagem do Jornal Folha de S. Paulo, a partir de áudios e mensagens, levanta a suspeita de interferências externas na sentença emitida pelo desembargador Diaulas Costa Ribeiro. A negociação seria no valor de R$ 5 milhões. A defesa de Eurípedes Júnior, Bruno Pena, afirmou ao Jornal Opção que nessa segunda-feira, 11, impetrou um pedido de suspeição contra o magistrado.
Segundo o advogado, se a Justiça acatar o pedido, o processo que afastou Eurípedes Júnior do PROS, relatado pelo desembargador será cancelado, o que deve abrir precedente para ele reassumir o comando. Procurada pela reportagem, a direção estadual informou que a cúpula nacional da sigla iria emitir um comunicado.
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Diaulas relatou as apelações envolvendo a disputa da direção partidária no TJ-DF, em fevereiro, e votou favorável ao atual comando da legenda. A decisão dele foi seguida por outros dois desembargadores da turma em março. Mensagens de WhatsApp mostram que a ex-candidata a deputada federal pelo PL e advogada Raquel Costa Ribeiro, irmã do magistrado, se encontrou com Marcus Holanda e Liliane de Souza Dantas, ex-mulher do hoje presidente do Pros, em sua residência, em Brasília.
À Folha, Diaulas afirmou que jamais recebeu qualquer proposta criminosa e que não tem relação com a irmã há duas décadas.