Coreia do Norte lança mísseis em vésperas de manobras entre EUA e Coréia do Sul

O líder norte-coreano Kim Jong Un caminha na frente de um míssil, em uma foto divulgada pela mídia estatal em 25 de março de 2022. STR/KCNA/KNS/AFP/Getty Images

A Coreia do Norte anunciou ter efectuado o lançamento de dois mísseis de cruzeiro estratégicos

RFI

Este novo tiro que vem somar-se aos numerosos outros realizados desde o começo do ano, acontece numa altura em que a vizinha Coreia do Sul e os Estados Unidos encetam hoje dez dias de exercícios militares conjuntos, os mais importantes destes últimos cinco anos.

De acordo com a agência de informação oficial da Coreia do Norte, estes dois novos tiros de mísseis que terão sido efectuados ontem ao largo da cidade costeira norte-coreana de Sinpo (no leste) cumpriram os seus objectivos e terão confirmado a fiabilidade do sistema de defesa do país. Por seu lado, sem dar outros pormenores, a Coreia do Sul apenas confirma ter detectado um tiro de míssil.

Em todo o caso, estes novos tiros aconteceram pouco antes do arranque esta segunda-feira de novos exercícios militares conjuntos entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos. Estas manobras que têm invariavelmente suscitado a ira de Pyongyang que vê nelas um ensaio de uma invasão do seu território, são consideradas como uma possível “declaração de guerra”.

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Denominadas “Freedom Shield” – Escudo da Liberdade- estas manobras que devem durar dez dias são as mais importantes destes últimos cinco anos. Durante a era Trump, o formato destes exercícios tinha sido reduzido no intuito de abrir o caminho a negociações com a Coreia do Norte. A seguir, a pandemia obrigou de facto Seul e Washington a rever as dimensões das suas manobras.

Segundo os dois aliados, os treinos conjuntos vão agora focar-se sobre “a evolução do ambiente de segurança” em elo com a multiplicação dos tiros de mísseis de Pyongyang. Há dias, Seul admitiu que no âmbito destes exercícios, haveria simulações de tiros contra instalações-chave da Coreia do Norte.

Na sexta-feira, a agência de informação oficial da Coreia do Norte indicou que Kim Jong Un tinha ordenado ao seu exército a intensificação dos seus treinos com vista a preparar-se para uma “guerra real”.

Por Liliana Henriques, RFI

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