As libertações de sábado ocorreram horas depois do esperado, após o Hamas dizer que Israel violou os termos da trégua – acusações que negou. O problema grifou a fragilidade do acordo entre Israel e o Hamas, que os EUA e a União Europeia designam como grupo terrorista. Os militantes infiltraram-se em Israel em 7 de outubro, matando 1.200 pessoas e sequestrando cerca de 240 outras.
Israel desencadeou o seu poderio militar na pequena e populosa Faixa de Gaza desde o ataque. Pelo menos 15 mil pessoas foram mortas, segundo o ministério da saúde administrado pelo Hamas. A trégua de quatro dias depende da libertação de um total de 50 reféns pelo Hamas e da libertação de 150 mulheres e menores detidos nas prisões do país por Israel.
A trégua humanitária em Gaza “manteve-se em grande parte” desde que entrou em vigor na sexta-feira, permitindo às Nações Unidas aumentar a entrega de ajuda crucial dentro e através do território, afirmou o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários, numa atualização.
Mesmo assim, a agência disse que muitas pessoas ainda não têm comida – ou combustível para cozinhar – e as padarias não estão funcionando, levantando preocupações sobre a nutrição, especialmente no norte de Gaza, o foco da ofensiva terrestre de Israel. Também informou que as forças israelitas prenderam alguns palestinos que viajavam ao longo do “corredor” seguro designado por Israel, do norte ao sul do território.
As forças de defesa de Israel alertaram no domingo que os civis em Gaza estão proibidos de entrar no mar ou de se aproximarem a menos de 1 quilómetro da fronteira com Israel.
O Ministério da Defesa disse que o exército de Israel apreendeu cerca de 5 milhões de shekels (US$ 1,3) do Hamas durante a invasão terrestre. As moedas do Iraque, da Jordânia e dos EUA foram encontradas principalmente em redutos do Hamas e nas casas de suspeitos.
Sete palestinos foram mortos num ataque com mísseis das forças israelenses na Cisjordânia ocupada, informou a estação de rádio Voz da Palestina. O exército de Israel não comentou os acontecimentos.
O presidente dos EUA, Joe Biden, conversou no sábado com os líderes do Catar “sobre possíveis atrasos no acordo e mecanismos para resolvê-los”, disse Adrienne Watson, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional.
Biden, que disse que o primeiro dia de libertação de reféns “correu bem”, foi mantido informado sobre os acontecimentos no sábado e, após sua ligação com os líderes do Catar, altos funcionários dos EUA estiveram em “contato constante com os israelenses, catarianos e egípcios para superar obstáculos”, disse Watson. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, deverá visitar Israel esta semana, a quarta visita desde 7 de outubro, segundo a mídia local.
O ministro do Qatar, que visitou a fronteira de Rafah no domingo, disse que o ritmo da ajuda à faixa ainda não é suficiente para atender ao nível de necessidade. Mahmoud al-Mordawi, um alto funcionário do Hamas em Beirute, diz que 300 caminhões deveriam entrar no norte de Gaza no domingo e na segunda-feira para compensar a escassez nos últimos dias.
Fonte: *InfoMoney