Ditador cancela registros de entidades católicas, evangélicas e escoteiros
O governo da Nicarágua, liderado por Daniel Ortega, tomou a decisão de cancelar as pessoas jurídicas de 11 organizações, incluindo a Associação Universidade de Ciências da Saúde e Energias Renováveis (Ucser) e a Associação de Escoteiros da Nicarágua. A ministra do Interior, María Amelia Coronel, baseou a dissolução nessas entidades em acordos ministeriais, alegando violações acadêmicas no caso da Ucser e falta de apresentação de balanços financeiros no caso dos Escoteiros.
Além dessas, outras 8 organizações, abrangendo entidades católicas, evangélicas e sociais, também tiveram suas atividades encerradas pelo governo. Quanto ao patrimônio dessas organizações, a Procuradoria-Geral da República ficará encarregada de transferir os bens móveis e imóveis para o Estado nicaraguense, com exceção de duas organizações que solicitaram dissolução voluntária.
Este ato eleva para mais de 3.550 o número de organizações dissolvidas desde os protestos populares de abril de 2018. Deputados sandinistas afirmam que algumas ONGs usaram recursos para desestabilizar o governo de Ortega durante manifestações, enquanto o governo alega que a ilegalização faz parte de um processo de ordenamento, pois nem todas as 7.227 ONGs registradas em 2018 estavam operando. A Nicarágua enfrenta uma crise política e social desde abril de 2018, intensificada após as eleições controversas de novembro de 2021, que resultaram na reeleição de Ortega para um quinto mandato.