CLDF aprova novas regras para Estudo de Impacto de Vizinhança


CLDF aprova novas regras para Estudo de Impacto de Vizinhança

Projeto encaminhado pelo GDF acolhe pedido do setor de construção civil e estabelece dispensas de realizar o estudo

Nesta terça-feira (8), a Câmara Legislativa aprovou novas regras para a aplicação do Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) no Distrito Federal. Encaminhada pelo Executivo, o projeto de lei 1.239/2024 conquistou maioria, com 17 votos, e recebeu seis votos contrários. Uma das principais alterações da norma é a previsão de que os empreendimentos que utilizem o coeficiente básico não sejam enquadrados como objeto de EIV.

O PL altera a Lei nº 6.744/2020, que trata do referido estudo. O EIV consiste em um instrumento de planejamento, controle urbano e subsídio à decisão do poder público para habilitação de projeto, emissão de autorização ou licença para implantação, construção, ampliação ou funcionamento de empreendimentos e atividades públicas ou privadas que possam colocar em risco a qualidade de vida da população, a ordenação urbanística do solo e o meio ambiente.

A matéria responde a um pleito da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do DF (Ademi/DF), em conjunto com o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon/DF) e o Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico do Distrito Federal.

O projeto e suas propostas de emendas tramitaram pelas Comissões de Assuntos Fundiários (CAF); de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Ciência, Tecnologia, Meio Ambiente e Turismo (CDESCTMAT); de Economia, Orçamento e Finanças (CEOF); e de Constituição e Justiça (CCJ). O Plenário da Casa deu aval à norma em dois turnos e redação final.

O deputado Fábio Felix (Psol), que votou contra o PL, ressaltou pontos positivos, como a dispensa do EIV em parcelamentos de interesse social que já tiveram o estudo elaborado anteriormente, mas teceu uma série de críticas à dispensa do EIV para empreendimento arquitetônico que utilizar o coeficiente básico de aproveitamento. “O que estamos fazendo aqui é uma desregulamentação. Estamos no caminho contrário do mundo. E isso não é desburocratização, é transformar a cidade em terra de ninguém”, comentou.   

Outro alerta veio do distrital Gabriel Magno (PT). “Porto Alegre fez essa flexibilização a pedido do setor da construção civil e nós vimos o desastre que aconteceu”, denunciou. Ele ainda defendeu  que no DF o setor não vive uma crise que justifique “esse presente que coloca em risco o presente e o futuro dessa cidade”.

Na sequência, o parlamentar Thiago Manzoni (PL) rebateu. “Algumas falas demonizam o setor privado de forma totalmente equivocada”, pontuou. Para ele, o setor privado gera empregos e investe dinheiro e neste processo assume riscos. Ele completou afirmando que o PL “não é e não será a causa de nenhum desastre ambiental”.

Já o deputado Chico Vigilante (PT) explicou que estava disposto a aprovar a proposta desde que tivesse sido acatada a emenda n° 10, rejeitada pela maioria. Segundo ele, o projeto não muda o valor dos lotes, o que faz é acelerar a tramitação do processo, que poderá ser feito por entidade privada. Nesse sentido, mostrou-se favorável, desde que houvesse também um representante do poder público, o que não foi contemplado no PL aprovado. Por isso, o decano da casa optou pelo voto contrário.



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