Contrato entre Corinthians e Vai de Bet vira foco da CPI no Senado

Senadores pedem acesso a inquérito que investiga suspeita de lavagem de dinheiro em patrocínio do clube paulista

A CPI das Bets no Senado solicitou acesso ao inquérito conduzido pela Polícia Civil de São Paulo sobre um suposto esquema de lavagem de dinheiro envolvendo o contrato de patrocínio entre o Corinthians e a casa de apostas Vai de Bet. Além disso, os parlamentares querem ouvir o delegado responsável pela investigação, Tiago Fernando Correia, da Delegacia de Investigações sobre Lavagem ou Ocultação de Bens e Valores.

As frentes de investigação

O caso ganhou destaque devido a indícios de irregularidades apontados pela Polícia Civil e pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). As investigações revelaram duas frentes principais:

  1. Contrato de patrocínio:
    Há suspeitas de desvios de recursos para empresas registradas em nome de laranjas. Um dos exemplos é a transferência de R$ 1 milhão da intermediária do contrato, Rede Social Media e Design, para a empresa Neoway, cujo registro está em nome de uma moradora da periferia de Peruíbe (SP).
  2. Transações financeiras suspeitas:
    Relatórios do Coaf indicam movimentações atípicas relacionadas ao empresário Fernando de Oliveira Lima, conhecido como Fernandin OIG. Ele está sob investigação por possíveis conexões com o Jogo do Tigrinho, uma plataforma de apostas suspeita. Entre as transações destacadas estão:

    • Depósito de R$ 1,7 milhão da empresa de Fernandin para a ACJ Plataform Comércio e Serviços, apontada como de fachada e registrada no nome de uma faxineira.
    • Movimentação de R$ 10,7 milhões pela ACJ em três meses, incluindo um repasse de R$ 600 mil para a Neoway.

Próximos passos na CPI

Fernandin, que já foi interrogado pela CPI, negou qualquer vínculo com a Neoway e alegou desconhecimento dos pagamentos envolvendo sua empresa. Ele prometeu apresentar novos esclarecimentos.

O delegado Tiago Fernando Correia informou que solicitou à Justiça autorização para compartilhar o inquérito com a CPI. A liberação também depende de parecer do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo.

A investigação segue como uma das principais frentes da CPI, que busca aprofundar o rastreamento de transações financeiras suspeitas envolvendo o mercado de apostas e contratos de patrocínio no futebol brasileiro.

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