Entenda o que é embolização, procedimento a que Lula será submetido nesta quinta

Presidente passará por intervenção na artéria meníngea média para evitar novos sangramentos intracranianos

FONTE: CNN BRASIL

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será submetido a uma embolização de artéria meníngea média nesta quinta-feira (12). Entenda abaixo o que é o procedimento.

A embolização é um procedimento cirúrgico minimamente invasivo no qual um cateter é introduzido em um vaso sanguíneo por meio de um acesso pela virilha ou pelo braço. O objetivo é interromper o fluxo de sangue ou de linfa (líquido que circula no sistema linfático e que faz parte do sistema de drenagem do corpo) de um local do corpo de forma proposital.

“Quando ocorre um sangramento desse nível [do presidente Lula], por traumatismo, no caso foi uma queda, há a formação de um hematoma subdural, um coágulo. Isso pode [após um primeiro procedimento] ressangrar, e esse hematoma crescer — que foi o que ocorreu. Apesar de ser fora do cérebro, na membrana que o recobre, ele [o coágulo] comprime o cérebro, levando o paciente a ter dores na cabeça”, explica Carlos Abath, neurorradiologista intervencionista.

Segundo o médico, na última internação de Lula, é provável que uma nova ressonância tenha sido feita, detectando a necessidade de uma drenagem do coágulo.

No entanto, “como ele já teve um ressangramento, ele pode sangrar de novo”. E, com o objetivo de evitar esse eventual quadro de saúde, a embolização é o procedimento indicado.

“A função é evitar que o paciente tenha uma nova hemorragia. É um procedimento simples, que a pessoa pode fazer e ter alta precoce, no mesmo dia ou no dia seguinte”, finaliza Abath.

O neurocirurgião Jose Laercio Silva lembra que a embolização também ajuda na absorção do hematoma pelo corpo. “Outra finalidade da embolização é ‘apressar’ a absorção do hematoma que já foi tratado na cirurgia”, diz.

“A artéria meníngea, onde a embolização é feita, irriga a membrana que recobre o cérebro e participa ativamente na formação do coágulo que surgiu no cérebro do presidente. O objetivo do procedimento é, portanto, obstruir estas artérias por meio da injeção de uma substância líquida que a preenche e, assim, previne novas hemorragias, mesmo que de forma silenciosa”, afirma Silva.

O médico de Lula, Roberto Kalil já havia dito, na quarta-feira (11), que a embolização estava prevista para o presidente desde a cirurgia do chefe do Executivo. “Já estava sendo discutido como complemento do procedimento cirúrgico esse tipo de embolização”, disse.

O procedimento pode ser útil para o tratamento de doenças cardiovasculares, mas também oferece benefícios para outras condições de saúde. “A embolização é indicada para casos de câncer, doenças renais policísticas, aneurismas cerebrais e renais e em algumas doenças da próstata”, explica Luiza Ferrari, nefrologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Saúde de Lula

Lula deu entrada na unidade do hospital Sírio Libanês em Brasília na segunda-feira (9), após sentir incômodos na região da cabeça. O presidente foi submetido a exames de imagem que mostraram a existência de uma hemorragia intracraniana.

Por este motivo, ele foi transferido para a unidade hospitalar em São Paulo, onde passou por uma cirurgia de emergência. Um boletim divulgado nesta quarta-feira constatou que Lula estava “lúcido, conversando” e que “passou a noite bem”.

 

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