Novo formato da pesquisa é a combinação de três estudos para mapear com mais abrangência as características da população e da infraestrutura do DF e de 12 cidades da Ride
A partir de novembro, os agentes de coleta farão visitas às residências do Distrito Federal e do Entorno para extrair informações da população e da infraestrutura das 35 regiões administrativas da capital e de 12 municípios goianos que integram a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal (Ride). Serão de quatro a seis meses em campo para mapear o perfil socioeconômico a ser publicado na Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios Ampliada (Pdad-A). A meta é visitar 25 mil domicílios que gerarão informações para representar um universo de 75 mil residências.
“A Pdad é uma pesquisa que foi estabelecida pelo governo por meio de um decreto [nº 39.403/2018]. Ela é realizada a cada dois anos para fazer um diagnóstico mais detalhado da realidade da nossa cidade em comparação com o que o Censo faz em nível nacional”, revela o presidente do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF), Manoel Clementino Barros Neto.
“O questionário é mais completo, em que abordamos vários temas como renda, moradia, trabalho, nível educacional, transporte, saúde. Tudo isso para que o gestor público, com base nessa informação, possa formular ações e políticas públicas para resolver os problemas da nossa população”, explica o presidente.
Neste ano, o estudo terá um formato ampliado e novos sistemas metodológicos e logísticos. O objetivo é aumentar a abrangência dos dados, garantindo melhores insumos para a criação de políticas públicas e decisões governamentais. A primeira novidade é que o estudo combina três outras pesquisas produzidas pelo IPEDF: Pdad, Pdad Rural e Pesquisa Metropolitana por Amostra de Domicílios (Pmad).
“A Pdad é uma pesquisa que foi estabelecida pelo governo por meio de um decreto. Ela é realizada a cada dois anos para fazer um diagnóstico mais detalhado da realidade da nossa cidade em comparação com o que o Censo faz em nível nacional”Manoel Clementino Barros Neto, presidente do IPEDF
Outra mudança será a inclusão das duas regiões administrativas mais recentes do DF – Água Quente e Arapoanga – e de 12 cidades de Goiás que têm relação próxima com a capital. São elas: Águas Lindas de Goiás, Alexânia, Cidade Ocidental, Cocalzinho de Goiás, Cristalina, Formosa, Luziânia, Novo Gama, Padre Bernardo, Planaltina de Goiás, Santo Antônio do Descoberto e Valparaíso.
“Nós temos no DF uma relação muito próxima em todos os aspectos econômicos e sociais com a chamada área metropolitana de Brasília. A proposta dessa Pdad é agrupar outras pesquisas que eram realizadas somente no DF urbano e na área rural e em parte do Entorno, que não eram muito detalhadas. A ideia é agrupar esses dados para conhecer o perfil da população tanto do DF quanto do Entorno, para que o governo possa tomar decisões”, afirma o presidente do IPEDF.
Alguns novos temas também estão sendo inseridos na pesquisa, como identidade de gênero e insegurança alimentar. Além disso, todos os questionários que forem coletados serão checados em uma parceria do instituto com o 156 (a Central de Atendimento do Cidadão) do GDF. A medida visa dar robustez aos dados. Anteriormente, a checagem era feita apenas em uma amostragem sorteada.
Preparação
“Essa reunião é importantíssima, porque vamos explicar aos administradores regionais que é uma pesquisa para fins científicos e de gestão pública. Que eles possam passar a mensagem para os moradores de que não é preciso ter desconfiança e que os dados são sigilosos e importantes para garantir o desenvolvimento de cada região”Dea Guerra Fioravante, diretora de Estatística e Pesquisas Socioeconômicas do IPEDF
Por conta das mudanças da Pdad-A 2023, está sendo realizada uma série de reuniões e treinamentos com o objetivo de preparar os envolvidos.
“São várias fases: o treinamento para cadastrar o pesquisador para trabalhar no software que gera o questionário e no sentido de abordagem ao entrevistado, como esclarecer as perguntas, o que fazer quando o entrevistado não quiser responder e quais são as estratégias para não perder um domicílio. No caso de desistência, é preciso fazer um novo sorteio de amostragem”, explica a diretora de Estatística e Pesquisas Socioeconômicas do IPEDF, Dea Guerra Fioravante.
O IPEDF também tem se reunido com outras entidades de pesquisa, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que elaborou recentemente o Censo no DF, e órgãos do GDF. Os administradores regionais terão um encontro com representantes do instituto nesta terça-feira (10). O objetivo é tornar os titulares das regiões incentivadores da pesquisa em cada cidade do DF.
“Essa reunião é importantíssima, porque vamos explicar aos administradores regionais que é uma pesquisa para fins científicos e de gestão pública, que eles podem passar a mensagem para os moradores de que não é preciso ter desconfiança e que os dados são sigilosos e importantes para garantir o desenvolvimento de cada região”, ressalta.
A maior preparação será com o piloto a ser iniciado no dia 13 deste mês. Os agentes irão a campo para aplicar questionários em formato de teste. O objetivo é avaliar o conteúdo e perceber se é necessário fazer ajustes ou mudanças para o início da coleta efetiva em novembro.
Participação dos moradores
Incentivar a participação da população é outro trabalho da preparação da pesquisa. Estão sendo criados cartazes e ações de publicidade ampla. Todos os 25 mil domicílios sorteados receberão uma carta explicativa sobre a pesquisa, a importância de contribuir com as informações, a forma como os dados serão usados e a garantia do sigilo, conforme a Lei Geral de Dados, prevista na lei nº 13.709/2018.
“É uma pesquisa que, no fundo, tem como resultado final melhorar a qualidade de vida das pessoas em diversos aspectos. É uma etapa fundamental para conhecer a população. Não dá para tomar ações efetivas e assertivas sem conhecer e ter os dados. Todos ganham – o governo e, principalmente, a população”, avalia o presidente do IPEDF.
Um sistema também foi criado para que os entrevistados possam se sentir seguros. Os agentes de coleta portarão um crachá com nome, foto e um QR Code, em que o entrevistado poderá acessar o link que valida a identidade do pesquisador. Mais informações sobre a pesquisa podem ser consultadas no site oficial.
Fonte: Adriana Izel, da Agência Brasília | Edição: Carolina Lobo