Ministra da Igualdade Racial optou pelo silêncio sobre assédio sexual para evitar escândalo político, segundo denúncia da organização Me Too Brasil
Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, teria silenciado sobre o assédio sexual que sofreu por parte do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, com o objetivo de proteger o governo Lula (PT). A acusação, que veio à tona por meio de uma nota da organização Me Too Brasil, sugere que a ministra optou por não expor o caso para evitar um escândalo que pudesse afetar a administração petista.
De acordo com o Metrópoles, as investidas de Almeida contra Anielle ocorreram em 2023 e incluíram toques nas pernas, beijos inapropriados e comentários de cunho sexual. Pessoas próximas à ministra confirmaram que ela foi uma das vítimas, mas decidiu manter silêncio sobre o episódio. Quando procurada pela imprensa, Anielle não confirmou nem negou as acusações.
A organização Me Too Brasil, que acolhe vítimas de violência sexual, revelou que não apenas Anielle, mas outras mulheres também denunciaram o ministro por assédio. Em nota, a entidade afirmou ter oferecido apoio psicológico e jurídico às vítimas, que enfrentaram dificuldades em obter suporte institucional devido ao poder e influência de Almeida. A organização destacou que é comum em casos de violência sexual, envolvendo figuras de autoridade, as vítimas sentirem-se desamparadas ao buscar validação de suas denúncias.
Até o momento, Silvio Almeida não se pronunciou sobre as alegações. A situação gera um mal-estar significativo no governo Lula, especialmente em um momento em que questões de igualdade e direitos humanos são pilares do discurso oficial. A escolha de Anielle de silenciar sobre o assédio levanta questionamentos sobre as prioridades políticas dentro do governo e a dificuldade de mulheres em posições de poder lidarem com agressões de colegas influentes.