Petista lamentou afastamento para construção de frente ampla em 2022; presidente nacional do partido, pedetista disse que ‘política tem seu tempo’ e vê apoio para segundo turno
No último sábado, Lula disse a jornalistas que “jamais” vai tratar o PDT como inimigo. Já em conversas com aliados, lamentou que Ciro estivesse distante da negociação para a formação de uma frente ampla contra Bolsonaro.
— Em política você sempre trabalha com a tese de que nada é impossível. Se o PDT decide que o Ciro é candidato, é um direito do PDT — afirmou Lula, que completou: — Da nossa parte, nós jamais trataremos o PDT como inimigo. O PDT é um adversário eleitoral, e a gente vai disputar da forma mais civilizada possível. Não vamos aceitar nenhuma provocação. Não vamos ter nenhuma agressão. E eu continuo dizendo que apesar das críticas, eu tenho respeito e admiração pelo Ciro Gomes.
Ciro, no entanto, não dá indícios de que vai abaixar o tom contra o ex-presidente. Nesta segunda-feira, em uma indireta a Lula, criticou aqueles que prometem “picanha e cerveja” à população.
Questionado se os atritos não atrapalhariam a conversas entre Lula e Ciro, Lupi disse que a “política tem seu tempo” e afirmou que, independentemente de qual seja o candidato que chegará ao segundo turno, PT e PDT estarão juntos nesse momento
— A política tem seu tempo, das diferenças e das aproximações. Estaremos juntos no segundo turno, relembre Brizola e Lula em 1989 — afirmou.
— Diálogo está aberto a todos os democratas que querem derrotar o profeta da ignorância, sem imposição de nomes — disse Lupi, fazendo menção ao atual presidente Jair Bolsonaro.
Na eleição de 2018, quando o candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, chegou ao segundo turno contra Bolsonaro, Ciro não esteve no palanque petista. Com 12% dos votos no primeiro turno, o ex-ministro deixou o país antes da última volta da votação