Presidente da Câmara dos Deputados se manifesta contra a decisão do ministro Barroso do STF que obriga o Senado a abrir CPI da Pandemia
Por Rogério Cirino
A declaração foi dada por Arthur Lira em um evento da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), na cidade de Arapiraca, em Alagoas.
As críticas não se limitaram à casualidade, sem ser explícito, Lira apontou também falhas técnicas na decisão do ministro:
“A CPI não nasce à toa. Tem de ter um fato determinado e tem de ter as assinaturas. E ela tem de ter a ocasionalidade. Eu comungo da ideia de que esse momento não é momento de se encontrar culpados, de se apontar o dedo para ninguém”, disse Lira.
Uma das estratégias que o Planalto e seus aliados pode se utilizar, nesse sentido, é convencer senadores a retirar assinaturas de apoio ao funcionamento da comissão, o que pode inviabilizá-la.
Lira também alegou que o momento não é oportuno e que o país deveria se focar na vacinação: “O momento é de se correr atrás de vacina seja lá onde ela estiver e apontar seringa e agulha no braço dos brasileiros. Esse é o momento. Daqui a dois, três meses, esses culpados vão estar morando em outro lugar, vão estar apagadas as provas? Vão estar escondidas as evidências? Não”, falou Lira.
O Presidente da Câmara também indagou o cunho político da decisão de Barroso e suas consequências: “Eu não estou com isso dizendo que quem errou não pague. Quem errou vai pagar. O preço de 300 mil vidas é muito alto para qualquer sociedade. Mas não neste momento e não desta maneira”, disse.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), também criticou a decisão, porém afirmou que vai obedecer a determinação e ler o requerimento de instalação da CPI na semana que vem.
No STF também se movimentam forças entre os ministros para, no plenário, derrubar a decisão de Barroso. Segundo informações da CNN Brasil, alguns ministros consideraram a decisão uma interferência indevida em outro poder.
