Atriz Camila Pitanga diz estar com malária e Internet vê farsa para justificar uso da hidroxicloroquina

Atriz Camila Pitanga diz estar com malária e Internet vê farsa para justificar uso da hidroxicloroquina - foto - divulgação

As redes sociais “bombaram” no Brasil no final de ontem (11) com a notícia de que a atriz Camila Pitanga estaria com malária.

Sabendo que um dos principais fármacos no tratamento da doença é a hicroxicloroquina, cujo o uso é defendido abertamente pelo presidente Bolsonaro para o tratamento da Covid-19, começaram a circular posts e “mêmes” questionando se na verdade a atriz global não estaria com infectada com o coronavírus e estaria simplesmente usando a outra doença como desculpa para utilizar do remédio, que é amplamente combatido pela emissora a qual é contratada.

Redes sociais não perdoaram a Atriz ensinuando que na verdade usou a malária para justificar o uso de hidroxicloroquina

A atriz fez o anuncio de que ela e a filha estavam com a doença por suas redes sociais. Feminista, ainda chamou a atenção para ter sido atendida por uma equipe “100% de mulheres”.

“A suspeita era malária, doença muito rara, e não há melhor lugar para você ser tratado do que a rede SUS, local de referência e excelência para doenças endêmicas. No HC, fui prontamente atendida por uma mulherada. Sim, uma equipe 100% de mulheres fantásticas”, disse Pitanga.

Segundo ela a infecção teria ocorrido no litoral de São Paulo:

“Uma amiga minha suspeitou que esses picos de febre estavam associados ao fato de estar em isolamento social numa zona de Mata Atlântica no litoral de São Paulo. Podia ser malária. Fui indicada a conversar com dois infectologistas”, escreveu Camila.

 

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Foram 10 dias de muito sufoco. Entre picos de febre alta, calafrios e total incerteza. Havia a sombra da possibilidade de estar com covid-19. Somente no domingo recebi o resultado negativo do meu PCR. Mas no lugar de me aliviar, permanecia a agonia pois eu não fazia ideia do que eu poderia ter. Estava à deriva. Pois bem, uma amiga minha suspeitou que esses picos de febre associados ao fato de estar em isolamento social numa zona de Mata Atlântica no litoral de SP, podia ser malária. Fui indicada a conversar com dois infectologistas. Os dois extremamente generosos em falar comigo num domingo já de noite. Dr Luiz Fernando Aranha e o Dr André Machado. Agradeço ao último pelas orientações que me levaram ao Hospital das Clínicas da USP. Uma vez que a supeita era malária, doença muito rara, não há melhor lugar para você ser tratado do que a rede SUS, local de referência e excelência para doenças endêmicas. No HC, fui prontamente atendida por uma mulherada. Sim, uma equipe 100% de mulheres fantásticas do laboratório da Sucen. Faço questão de dar seus nomes: Drª Ana Marli Sartori, Drª Silvia Maria di Santi, Drª Dida costa, Drª Simone Gregorio, Drª Renata oliveira e tão importantes quanto, as agentes de saúde Cida Kikuchi e Gildete Santos. Todas foram extremamente profissionais, eficientes e gentis. Bom, os resultados dos exames sairam dando positivo para malária. Eu e minha filha. Uma doença que ainda existe, é curável, mas precisa de cuidados. O tratamento é gratuito. Faço cá meus votos de gratidão a todas e todos agentes de saúde, que além de estarem na trincheira nessa luta contra a covid-19, estão aí atendendo inúmeras outras demandas com seu profissionalismo em meio a condições e incertezas muito grandes. É de suma importância valorizar a existência desse sistema de saúde que cuida de tanta gente, principalmente dos que não tem condições de pagar um plano de saúde. Estamos num país onde uma doença matou mais de 100 mil pessoas em poucos meses. Esse número poderia ser o triplo ou mais se não fosse o SUS. A catástrofe seria ainda maior. Muito obrigada e parabéns a todas e todos os profissionais de saúde desse país!!!

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Curioso o fato, já que 99% das infecções por malária no Brasil ocorrem a mais de 4.000km dali, na Região Norte (segundo o portal da Fiocruz).

Malária ocorre ‘quase que inteiramente’ na Região Norte – imagem – Portal Fiocruz

Essa informação é ainda corroborada pelo Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, que considera o risco de contágio para o estado de São Paulo como baixo. A principal publicação sobre dados de endemias no Brasil nem sequer registra dados do estado de São Paulo, tão irrisório são os casos.

Boletim epideiomlógico do Minsitério da Saúde mostra que o estado de São Paulo, onde a atriz alega ter sido infectada, praticamente não oferece risco de contágio – imagem – Ministério da Saúde

A Globo saiu em defesa de sua colaboradora e publicou em todos os seus meios de comunicação matérias defendendo a tese de que realmente se trata de malária. Mas nenhum resultado de exame foi apresentado até o momento.

Hélio Rosa para o BSB TIMES.

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