Temer conta como negociou a carta de recuo com Bolsonaro
Temer estava calmo ontem, durante almoço em São Paulo, com uma turma de amigos, em restaurante árabe. Abordado pela coluna por celular, relatou como se deu a ajuda a Bolsonaro.
“Recebi telefonema dele na quarta-feira à noite. Indaguei como é que um presidente da República pode chamar um ministro de canalha. Disse que isso pegava mal para ele”, contou o ex-presidente.
Bolsonaro manifestou vontade de conversar com Alexandre de Moraes. Temer se prontificou a fazer a intermediação. “Contei também que estava conversando com o ministro do STF e estava disposto a redigir um documento”.
O apaziguador trocou uma “ideia com Alexandre”, montou a nota e enviou a Bolsonaro. “Disse ao presidente que seguiria adiante se ele estivesse de acordo. O presidente acabou me ligando na quinta, às 6h30, e me chamou para ir para Brasília”.
Antes de dizer sim, Temer perguntou se ele concordava com a carta redigida e que se ele “não estivesse de acordo, eu não iria até a capital”.
Temer leu o documento pelo celular para Bolsonaro que aceitou assiná-lo. Trato feito, o ex-presidente chegou a Brasília e almoçou com o presidente, deu a carta e Bolsonaro lhe pediu duas horas para responder.
“Acho que ele queria mostrar para alguém”, pondera Temer que aproveitou o tempo para visitar Ibaneis Rocha. “Ele alterou somente metade uma sentença. Pedi para ele divulgar, liguei para o Alexandre”. Os três falaram 15 minutos por meio do viva voz.
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