Biden acusa Rússia de querer interferir nas eleições americanas de 2022

A funcionários de serviços de inteligência, presidente dos EUA expôs preocupação com aumento de ciberataques

presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, acusou a Rússia de querer interferir nas eleições de meio de mandato de 2022, quando serão escolhidos congressistas, governadores e outros cargos locais, em um discurso aos funcionários de serviços de inteligência nesta terça-feira (27).

“Veja o que a Rússia já está fazendo com as eleições de 2022 e a desinformação. É uma violação total de nossa soberania”, disse o presidente durante uma visita ao Escritório da Diretoria de Inteligência Nacional, perto de Washington. Nesse pleito, marcado para novembro de 2022, todas as cadeiras da Câmara dos Representantes e um terço das cadeiras do Senado serão renovadas.

O presidente dos EUA, Joe Biden, durante visita ao Escritório da Diretoria de Inteligência Nacional
O presidente dos EUA, Joe Biden, durante visita ao Escritório da Diretoria de Inteligência Nacional – Evelyn Hockstein/Reuters

Biden atacou ainda o mandatário Vladimir Putin, apontando que o russo “tem um problema real” por seu país ser uma economia que possui “armas nucleares e poços de petróleo e nada mais”. “Ele sabe que está com problemas e na minha opinião isso o torna ainda mais perigoso.”

Outra preocupação que o presidente expressou durante sua fala foi com o aumento de ataques cibernéticos. “Se acabarmos em uma guerra, em uma verdadeira guerra armada, com outra grande potência, será por causa de um ciberataque”, disse ele. A Rússia continuou na mira do democrata, que sublinhou que Washington vê tanto Moscou quanto Pequim como ameaças nesse sentido.

Cibersegurança entrou para o rol de prioridades da gestão de Biden após uma série de importantes ataques neste ano contra grandes empresas como a Colonial Pipeline, a subsidiária nos EUA da JBS e a empresa de software Kaseya. As ações impactaram tanto a distribuição de combustível como de alimento em parte do país.

Durante o encontro entre Biden e Putin em Genebra, em meados de junho, o americano compartilhou uma lista de infraestruturas críticas que os EUA consideram proibidas. Desde então, altos funcionários da equipe de segurança nacional da gestão do democrata estão em contato constante com seus pares no Kremlin, afirmou a Casa Branca.

O presidente dos EUA destacou ainda as ameaças vindas da China, referindo-se ao dirigente do país, Xi Jinping, como alguém que leva muito a sério “se tornar a força militar mais poderosa do mundo, bem como a maior e mais importante economia do mundo” na década de 2040.

Durante seu discurso a cerca de 120 funcionários e oficiais, Biden também agradeceu aos membros das agências de inteligência dos EUA, enfatizou sua confiança no trabalho que realizam e disse que não exercerá pressão política sobre eles. O Escritório da Diretoria de Inteligência Nacional supervisiona 17 organizações de inteligência no país.

“Nunca vou politizar o trabalho que vocês fazem. Vocês têm minha palavra”, prometeu. As declarações do presidente americano demonstram um afastamento claro daquelas feitas por seu antecessor, Donald Trump, que tinha um relacionamento contencioso com agências de inteligência sobre questões como a interferência russa nas eleições de 2016 e o papel dessas organizações em revelar que o republicano pressionou a Ucrânia a investigar seu então rival.

AFP e Reuters, Folha de São Paulo

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