Movimentos das Forças Armadas coincidem com aumento da presença dos EUA na região.
O Brasil intensificou, nas últimas semanas, uma série de ações voltadas ao reforço e à modernização das Forças Armadas, em paralelo ao aumento da tensão militar na América Latina e no Caribe. Embora o Ministério da Defesa adote discurso cauteloso, as iniciativas ocorrem enquanto os Estados Unidos ampliam operações militares na região.
No último dia 19 de novembro, um caça F-39 Gripen realizou seu primeiro voo no país, entre Santa Catarina e a Base Aérea de Anápolis, em Goiás. O modelo integra o lote de 36 aeronaves compradas em 2014; dez já foram entregues. A Força Aérea também anunciou avanços na adaptação dos A-29 Super Tucano para missões antidrones.
Nesta quarta-feira (26/11), a Marinha lança ao mar o submarino Almirante Karam (S43), o quarto construído no âmbito do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub). No mesmo dia, ocorre a mostra de armamento do submarino Tonelero (S42). Ambos fazem parte do conjunto de cinco unidades previstas, incluindo um submarino nuclear projetado para 2033.
A escalada militar no Caribe ganhou força após os Estados Unidos instalarem navios de guerra, caças F-35 e o porta-aviões USS Gerald R. Ford na região, sob justificativa de combate ao narcotráfico. A ofensiva inclui a operação Lança do Sul, anunciada pelo Pentágono na semana passada.
No Brasil, o governo federal autorizou investimentos de R$ 30 bilhões em Defesa pelos próximos seis anos, após pedido do ministro José Múcio. Até R$ 3 bilhões poderão ser aplicados ainda em 2025 em projetos como o Sisfron e o próprio Prosub. Em Brasília, também avançaram as discussões para criação da Empresa Nacional de Desenvolvimento da Força Terrestre (Endeforte).
O tema nuclear voltou ao debate político. Durante audiência na Câmara, o ministro Alexandre Silveira afirmou que países com “soberania nuclear” terão maior peso no cenário global. Uma PEC apresentada pelo deputado Kim Kataguiri propõe abrir caminho para que o Brasil desenvolva armamento nuclear, ainda sem apoio suficiente para tramitação.
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