Câmara Legislativa discute restauração da Casa do Artesão de Planaltina

Participantes destacaram valor histórico e cultural do local. Emenda do deputado Chico Vigilante destina R$ 250 mil para a obra

A Câmara Legislativa realizou nesta quinta-feira (17), por iniciativa da deputada Arlete Sampaio (PT), audiência pública remota com representantes de instituições culturais, com a finalidade de debater a situação da Casa do Artesão de Planaltina, construção da década de 1930, importante para história e cultura da região administrativa.

A distrital destacou o valor de Planaltina para o povo brasiliense, mas lembrou que muitos políticos não reconhecem a importância da região. “Planaltina é uma cidade que tem uma riqueza cultural magnífica, que nem sempre é explorada ou lembrada pelos governantes”, declarou a parlamentar. Ela mencionou ainda os espaços de manifestações histórico-culturais da cidade. “Além da via-sacra, do Morro da Capelinha, existe ali a Festa do Divino, o Vale do Amanhecer, e a existência da pedra fundamental, que lança a construção da nova capital no Planalto Central”, completou.

O presidente do Conselho Regional de Cultura de Planaltina, Luiz Felipe Vitelli, citou os artigos 18 e 19 da Lei Complementar Nº 934/2017, que preveem competências aos conselhos regionais, que, segundo Vitelli, vão além do fazer artístico, já que a recuperação da Casa do Artesão é uma delas. “Nós queremos a restauração deste prédio, que realmente habita a memória afetiva da maior parte da população, para integrar a comunidade como um polo irradiador, não só de artesanato, mas de todo tipo de cultura e arte”, sugeriu o conselheiro.

Segundo o jornalista planaltinense Everson Cordeiro, presidente dos Guardiões de Mestre D’armas, um grupo de personalidades que defendem o patrimônio da região administrativa, a reforma do espaço é um desejo dos moradores. “Quando o ‘Câmara Mais Perto de Você’ [em 2019] veio até a cidade e pediu para que a população listasse as 13 principais prioridades que eles gostariam de contar com destinação orçamentária e emendas parlamentares para poder restaurar, a Casa do Artesão ficou na 4ª posição como a reivindicação mais bem votada pela população”, lembrou o jornalista.

Em relação aos aspectos físicos do prédio, Daniela Zambam, subsecretária de Patrimônio Cultural e representante da Secretaria de Cultura do DF, aconselhou manter as características atuais e não as originais, pois “hoje, teoricamente, é mais comum manter o que existe e preservar a historicidade de um bem do que reverter ao seu original, porque, muitas vezes, ele perde grande parte da história”, afirmou Daniela.

Já o deputado Chico Vigilante (PT) declarou que defensores da Casa do Artesão o procuraram para auxiliar na liberação de verba para a recuperação do prédio. “Indiquei uma emenda de R$250 mil e consegui que a Secretaria da Fazenda liberasse, tanto que o recurso está liberado, e, agora, a Administração de Planaltina solicitou que repassasse o valor para a Secretaria de Turismo, pois, segundo a administração, esta será a responsável pelo trabalho [de restauração]”, anunciou o distrital.

Arlete finalizou a audiência dizendo que o projeto deve pautar um “bem em comum”, contemplando exposições dos artesãos, apresentações de grupos culturais e oficinas com jovens.

Warley Júnior (estagiário) – Agência CLDF

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