‘Ministro, se o senhor fizer um gesto em relação ao 5G, será o rei do Senado’. “Não fiz gesto algum” – Senado pede sua demissão
Por Rogério Cirino*
Após a declaração, que veio pelas redes sociais, a senadora Katia Abreu (PP-TO) chamou o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, de “marginal” em uma resposta dura à acusação do chanceler de que a senadora teria defendido interesses da China durante um almoço entre os dois.
“O Brasil não pode mais continuar tendo, perante o mundo, a face de um marginal. Alguém que insiste em viver à margem da boa diplomacia, à margem da verdade dos fatos, à margem do equilíbrio e à margem do respeito às instituições. Alguém que agride gratuitamente e desnecessariamente a Comissão de Relações Exteriores e o Senado Federal”, disse a senadora em mensagem à imprensa.
Ernesto Araújo fez uma postagem nas redes sociais revelando o conteúdo de uma conversa reservada com a senadora durante um almoço no Itamaraty, insinuando que ela teria defendido interesses da China, especificamente na questão do mercado de 5G de telefonia.
“Em 4/3 recebi a senadora Kátia Abreu para almoçar no MRE. Conversa cortês. Pouco ou nada falou de vacinas. No final, à mesa, disse: “Ministro, se o senhor fizer um gesto em relação ao 5G, será o rei do Senado.” Não fiz gesto algum”, escreveu Ernesto em sua conta no Twitter neste domingo(29/03)
Marginal
A senadora também não se conteve e chamou o ministro das relações exteriores de marginal:
“Se um Chanceler age dessa forma marginal com a presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado da República de seu próprio país, com explícita compulsão belicosa, isso prova definitivamente que ele está à margem de qualquer possibilidade de liderar a diplomacia brasileira. Temos de livrar a diplomacia do Brasil de seu desvio marginal”, declarou Katia Abreu.
Durante a semana que se passou parlamentares da Casa cobrarem publicamente a demissão de Araújo, a mensagem nas redes sociais teria sido uma tentativa de endossar a narrativa sustentada nos bastidores por aliados do chanceler sobre qual seria o motivo de sua “fritura”, a de que, sem ele no governo, o caminho estaria livre para os asiáticos entrarem no mercado brasileiro do 5G.
*Com informações do Correio do Povo