Com declamações de poesia e performances artísticas, a Câmara Legislativa do Distrito Federal comemorou os 45 anos do Sindicato dos Escritores do DF na manhã desta quinta-feira (19), em sessão solene no plenário, transmitida ao vivo pela TV Distrital (canal 9.3) e YouTube, com tradução simultânea em Libras.
O autor da homenagem, deputado Gabriel Magno (PT), saudou os escritores locais, que exercem papel fundamental para a história e a cultura da cidade. Ao cumprimentar o Sindicato dos Escritores do DF, o primeiro do gênero no País, ele considerou o momento oportuno para refletir sobre as políticas públicas voltadas a fortalecer o livro e a leitura.
Nesse contexto de celebração e mobilização, Magno defendeu prioridade para as políticas de educação e cultura na Lei Orçamentária Anual do próximo ano. O parlamentar ressaltou ainda a importância das bibliotecas escolares, primeiro acesso de muitos brasileiros à literatura, e rechaçou a censura de livros nas escolas. Ele também lembrou o aniversário do educador Paulo Freire, que hoje faria 103 anos, referência constante “nos desafios de construção de uma educação pública de qualidade”.
Ao agradecer a homenagem, o presidente do Sindicato dos Escritores do DF, Marcos Linhares, argumentou pelo fortalecimento do segmento. Entre outras pleitos, ele defendeu o fomento para a área e a participação de escritores locais em eventos literários nacionais. Linhares listou apoiadores e ativistas da literatura do DF ao longo de quatro décadas.
Nessa linha, a ex-presidente do sindicato, Meireluce Fernandes, narrou os 45 anos de luta da entidade em prol da literatura no DF. “Como operários das letras, seguimos acreditando em Brasília e sua plena realização”, pontuou o escritor Anderson Braga Horta, que discorreu sobre a história da vida literária de Brasília e seus expoentes.
Por sua vez, a representante do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF) Luciana Custódio, professora há trinta anos, compartilhou suas experiências de literatura, que teve início com a escuta de contação de histórias na infância, e se consolidou nas escolas públicas. Ela também lembrou o legado de Paulo Freire e suas contribuições para a educação, como o ensinamento: “o ato de ler liberta e é revolucionário”.
Feira do Livro de Brasília
A 38ª edição da Feira do Livro acontecerá entre os dias 13 e 17 de novembro no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, informou Ivan Valério Silva, presidente da Câmara do Livro do DF, que lamentou a falta de apoio público para o evento. “Acreditamos que Brasília possa se transformar na capital da leitura”, afirmou.
Em nome da Secretaria de Cultura do DF, a diretora da Biblioteca Nacional de Brasília, Marmenha Rosário, anunciou que nove bibliotecários acabaram de tomar posse no DF. Ela lembrou que a política de leitura, escrita e oralidade do DF, que garante fomento à área e à classe literária, completou um ano neste mês, e tem, entre seus compromissos, colocar a literatura feita no DF nas estantes de bibliotecas, e os autores, em espaços de mediação de leitura. Entre os avanços dessa política, ela assinalou que foram disponibilizados R$ 2 milhões para os prêmios literários Candango e Candanguinho.
Ao cumprimentar os ativistas presentes, Rosário elogiou a atuação de Cleide Soares, chefe da Biblioteca da CLDF, por transformar os espaços de bibliotecas em espaços de escritores do DF.
Além de escritores e ativistas, também participaram da sessão solene editores, membros de academias de letras e clubes de leitura do DF. Ao término do evento, foram entregues moções de louvor a personalidades por suas contribuições em prol da literatura.