CLDF recebe pais de crianças mortas na rede de saúde distrital


CLDF recebe pais de crianças mortas na rede de saúde distrital

Plenário da casa fez um minuto de silêncio em homenagem a Aurora, Ana Júlia, Enzo Gabriel e Jasminy.

Nesta terça-feira (04), os deputados da Câmara Legislativa receberam pais e mães das crianças que faleceram, entre abril e maio, na rede púbica de saúde do DF. O encontro aconteceu antes da sessão ordinária do dia e, após a reunião, os familiares foram recepcionados no plenário da casa. Na ocasião, deputados, servidores e cidadãos prestaram solidariedade com um minuto de silêncio pela memória das crianças.

No começo da sessão, o presidente da CLDF, Wellington Luiz (MDB), informou que o Colégio de Líderes decidiu seguir a ordem cronológica de instalação de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI). Isso significa que a CPI da saúde, requerida na última semana, vai entrar na fila das comissões, que já conta com pedidos para investigar fraudes na arrecadação do ICMS, a prática de crimes de violência e assédio sexual contra mulheres no DF, bem como a poluição do rio Melchior.

A população se fez ouvir da galeria do plenário e cobrou celeridade na abertura da comissão da saúde. A crise na área pautou o pronunciamento de diversos parlamentares. O deputado Wellington Luiz assegurou que “a CPI da saúde continua e não foi enterrada”.

 “O estado foi omisso na demora em dar resposta, omisso na ambulância chegar, omisso por falta médicos nas pontas. Esse instituto (Iges-DF) não tem condições e capacidade de atender a população”, criticou Max Maciel (Psol). Ele se emocionou ao abordar o encontro com os pais das crianças que faleceram no DF. “Não adianta apresentar um relatório, dizer o que mandamos de emenda, porque isso não vai trazer os entes queridos deles de volta”, completou.

O deputado Thiago Manzoni (PL), por sua vez, disse que o estado permitiu que vidas “fossem ceifadas” e opinou sobre como a pauta deve ser tratada pela casa. “Não assinei a CPI porque é uma não-resposta, a resposta da CPI vai ser nenhuma. Vai postergar a solução e não é o momento. Se nós queremos dar uma resposta séria não pode ser de demagogia”, ponderou.

Em outra direção, Gabriel Magno (PT) avaliou que, ao não priorizar a CPI da saúde, a CLDF optou por “não responder à sociedade, aos profissionais da saúde e às famílias que sofrem”. Ele ecoou os gritos da galeria de “CPI já” e “Fora Iges”!

 

Problemas na rede

Na sequência, Hermeto (MDB) detalhou que nos últimos cinco anos foram investidos R$ 48 bilhões na Saúde do DF. Rogério Morro da Cruz (PRD) também abordou os recursos da pasta. Ele relatou que destinou R$ 10 milhões para a construção da Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro de São Francisco.

Já o distrital Chico Vigilante (PT) denunciou que a legítima insatisfação popular está sendo erroneamente direcionada para trabalhadores da rede, ao se referir a mais um caso de embate corporal entre vigilante e cidadão.

Quanto às soluções para a área, Jorge Vianna (PSD) analisou que a saúde não tem jeito porque a política não foi preparada para dar saúde de qualidade para o povo. Dayse Amarilio (PSB) pontuou que “dizer que a saúde não tem jeito é muito simples para um problema complexo, se não, o que estamos fazendo aqui? A vida de pessoas é importante”.

Autor da requisição da CPI da saúde, Fábio Felix foi enfático: “O Iges é uma farsa, uma fralde política. O Iges tem criado crise e caos. É preciso um pacote de medidas emergenciais”. Por fim, Paula Belmonte (Cidadania) encerrou o pronunciamento de parlamentares com um depoimento como mãe que já perdeu um filho. A deputada se dirigiu aos pais e homenageou as crianças falecidas.



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