‘Quero reabrir escolas privadas no dia 27 de julho e públicas no dia 3 de agosto’, afirmou governador nesta terça-feira (30). Segundo ele, ‘não adianta fechar os olhos’ porque grande parte da população já saiu do confinamento
Por Rita Yoshimine, TV Globo
O governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB) disse, na tarde desta terça-feira (30), que vai reabrir as todas atividades econômicas e escolares até o mês de agosto. A declaração foi dada após a publicação de um decreto, na segunda-feira (29), que coloca o DF em estado de calamidade pública por causa da pandemia do novo coronavírus e a polêmica da transparência na divulgação de vagas de UTI.
Conforme Ibaneis, o Distrito Federal está pronto para abrir todas as atividades econômicas e escolares até o começo do mês de agosto. A decisão, segundo ele, é baseada em estudos feitos pelo GDF que mostram que “o confinamento das pessoas está saturado, seja pela necessidade econômica das famílias ou pela pressão psicológica”.
“Quero reabrir as escolas privadas no dia 27 de julho e as públicas no dia 3 de agosto”, disse Ibaneis.
Segundo o governador, a reabertura das escolas e das atividades econômicas será feita seguindo normas de segurança sanitária (saiba mais abaixo). “Não adianta fechar os olhos para o que já está acontecendo: bares estão funcionando a portas fechadas, manicures e cabeleireiros estão indo na casa das pessoas ou trabalhando meia-porta, professores de educação física estão reunindo grupos. É melhor criar condições sanitárias adequadas para que o comércio possa funcionar de forma segura para todos”, apontou.
“Sabemos que um confinamento não pode durar mais de 60 dias. Hoje as pessoas estão massacradas, torturadas, asfixiadas econômica e psicologicamente […] É preciso começar a voltar à normalidade”, disse o governador.
Ibaneis afirma que não há contradição entre a flexibilização do isolamento social e o decreto de calamidade pública. “Todas as medidas de prevenção estão sendo tomadas para que tenhamos condições de fazer a abertura com segurança”, afirmou.
Em referência a uma declaração dada ao jornal O Estado de São Paulo, na segunda-feira (29), quando disse que a Covid-19 deve ser tratada como uma gripe, Ibaneis repetiu a afirmação. No entanto, chamou a doença de “gripe letal, perigosa”.
“Não é uma gripezinha como alguns chegam a falar, mas uma gripe que apresenta muitas complicações e que exige que os governantes ofereçam tratamento amplo e eficaz.”
‘Desobediência geral impossível de controlar’
O governador afirma que “há uma desobediência geral, impossível de controlar”, após dois meses de confinamento.”
A população está ciente dos riscos que a Covid-19 traz, mas ainda assim está saindo, por um ou outro motivo. Por isso é preciso organizar a volta à normalidade”, aponta.
Sobre as contestações que o GDF tem sofrido, da Justiça e do Ministério Público, o governador disse que não vai recuar. “O Ministério Público tem procurado politizar uma situação que é de saúde pública. Eu não vou entrar nessa polêmica. Estou fazendo o melhor para a população”, pontuou.
Ele disse também que não há falta de leitos de UTI para pacientes com Covid-19. “Infelizmente, muitas pessoas com comorbidades ainda vão sofrer e até morrer por causa do vírus, já que não há remédio ou vacina. É uma realidade dura, mas estamos oferecendo tratamento e internação para todos que precisam”, afirmou Ibaneis.
Reabertura das escolas
Nesta terça-feira, o governador Ibaneis Rocha voltou a dizer que “as escolas serão o capítulo final dessa abertura”. Ele afirmou que, até agosto, pretende “aplicar todas as medidas de sanitização, instalar mais bebedouros, tapetes de desinfecção, oferecer álcool gel e providenciar espaçamento seguro para professores e alunos”.
As aulas na capital federal estão suspensas desde o dia 11 de março. Nas escolas públicas, as atividades foram retomadas em 22 de junho, em fase de testes.
A aferição da frequência começaria na segunda-feira (29), mas foi adiada para 13 de julho, para mais tempo de adaptação à comunidade escolar. Segundo a Secretaria de Educação, a medida é para que os alunos, professores e gestores tenham mais tempo para se ambientarem às aulas mediadas pela plataforma Escola em Casa DF.
Um levantamento do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro), divulgado na semana passada, aponta que 120 mil estudantes estão sem acesso ao conteúdo porque não possuem dispositivos móveis e que 23% dos professores também não possuem computadores, tablets ou celulares com conectividade adequada para preparar os conteúdos e ministrar as aulas.
Já as escolas particulares pedem a retomada das atividades presenciais. No dia 25 de maio, o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe) entregou ao governo do DF um protocolo para o retorno retorno gradual das aulas.
A proposta sugere que a retomada das atividades comece em 20 de julho, pelo ensino infantil e médio, e obedecendo medidas de segurança contra a Covid-19. Até então, o governador Ibaneis Rocha (MDB) defendia o retorno às escolas somente em agosto.
Reprodução: BSB TIMES