Governador disse que o vírus tem de ser tratado como uma gripe, em que o estado dê as condições de tratamento para os pacientes graves
Brasília amanheceu nesta terça-feira (30/06) com uma perspectiva que, por um lado, é alento para o setor produtivo, mas, por outro, motivo de grande preocupação para os cidadãos que temem adoecer com o vírus da Covid-19: o governador Ibaneis Rocha (MDB) está decidido a reabrir todas as atividades no Distrito Federal nos próximos 35 dias. De escolas públicas e privadas a academias e salões de beleza, no que depender de Ibaneis, tudo estará em pleno funcionamento, como disse em entrevista ao Metrópoles.
“Chegamos num ponto em que as pessoas estão massacradas, asfixiadas economicamente. Vamos tratar esta situação como sempre deveria ter sido tratada uma gripe que chegou no auge de sua gravidade. Não é aquela gripezinha que se fala por aí, mas é uma gripe que apresenta complicações e que o estado e seus governantes precisam estar prontos para oferecer tratamento”, disse Ibaneis ao Metrópoles nesta terça. Em entrevista ao Estado de São Paulo, o governador falou primeiro sobre o fato de considerar que o vírus precisa ser tratado como uma gripe.
Segundo o titular do Palácio do Buriti afirmou ao Metrópoles, o pico da doença no DF é esperado para os próximos 15 dias. Até agora, o coronavírus já matou 512 pessoas de acordo com dados oficiais e adoeceu outras 47.701 na capital da República.
Mesmo no auge da doença, Ibaneis tomou medidas que soaram para muitos cidadãos, contraditórias. Decretou o estado de calamidade pública ao mesmo tempo que anunciou um provável calendário de abertura do comércio e de serviços.
O governador revelou à coluna que trabalha com duas datas para o retorno das escolas. Dia 27 de julho, no caso das instituições de ensino privadas, e no dia 3 de agosto, para os colégios públicos. “Preciso desse tempo para aplicar medidas de sanitização nos colégios públicos, instalar mais bebedouros, providenciar o espaçamento seguro para que alunos e professores possam frequentar os espaços. Faremos tudo para deixar a situação o mais segura e confortável possível”, disse Ibaneis.
O chefe do Executivo local cita o exemplo de países europeus que viveram o pico da pandemia e, agora, retomam a vida normal. “Não adianta querer fugir, todos passaram ou vão passar pelo que estamos passando agora. É uma realidade mundial e temos de nos preparar para enfrentá-la”, destacou.
Questionado sobre o fato de que no Brasil, assim como no DF, os casos de coronavírus ainda estão em escalada, o governador afirmou que, contra essa circunstância, não há o que ser feito.o
“Temos um dos menores índices de morte pelo coronavírus do Brasil. Muitas pessoas com comorbidade ainda vão morrer de complicações por causa do vírus, ou por outra doença agressiva a que forem acometidas. Contra esta fatalidade, não temos o que fazer. Meu legado no enfrentamento desta pandemia é o seguinte: vou abrir 800 leitos de UTI e, em um futuro muito breve, o DF terá o que jamais teve: atendimento para todo o cidadão que precisar. Acabamos de receber mais 300 mil testes. Não faltará leito para tratamento de Covid-19 nem para outra doença.
Sobre o fato de o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios ter entrado na Justiça para obter os números oficiais de ocupação de leitos alegando que há “fortes indícios” de o GDF mentir ao divulgar os números sobre lotação do sistema de saúde, Ibaneis disse não se importar com as atitudes do órgão de controle.
“Não adianta, não me dou bem com o Ministério Público, não gostava deles antes, e não vou gostar agora. Com eles, o enfrentamento é na Justiça. Eles vão entrar com medidas judiciais, eu vou responder e rebater na Justiça. E vou ganhar, como tem ocorrido até agora”, disse o governador.
Fonte: Metrópoles, Lilian Tahan
Matéria original: clique aqui
Reprodução: BSB TIMES