Dino diz que pedirá extradição de Torres caso ex-ministro não se entregue até segunda

Ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, é o entrevistado do programa A Voz do Brasil

Prisão de Torres foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes

R7

ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou nesta sexta-feira que o ex-ministro do governo Bolsonaro, Anderson Torres, tem até a segunda-feira para se entregar à Polícia Federal. Caso isso não aconteça, o governo começará os procedimentos para extradição de Torres.

“Vamos aguardar até a segunda-feira que a apresentação (de Torres à PF) ocorra. Caso a apresentação não se confirme, por intermédio dos mecanismos internacionais, vamos deflagrar na próxima semana os procedimentos voltados à extradição, uma vez que há ordem de prisão”, declarou Dino.

O ex-ministro está nos Estados Unidos e a prisão dele foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Moraes atendeu a um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), que alega que Torres se omitiu em relação a atentados que ocorreram em Brasília, contra a sede dos Três Poderes, no domingo. O governador afastado Ibaneis Rocha afirmou que Torres, que estava no comando da Secretaria de Segurança do DF no dia do ataque, viajou sem autorização.

Em uma rede social, Torres divulgou uma nota em que rebate as suspeitas de conivência com os extremistas. Ele também disse que foi surpreendido pela violência da manifestação e que as cenas vistas em Brasília eram “inimagináveis a todas as instâncias dos poderes da República brasileira.

Minuta

A Polícia Federal encontrou na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres uma minuta (um rascunho) de um decreto que tentaria mudar o resultado da eleição. O documento encontrado pela corporação no armário de Torres supostamente tinha como objetivo decretar estado de defesa no prédio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A existência do documento, que ainda não estava assinado, foi confirmada pelo R7 junto a fontes ligadas à investigação. A medida ocorreria após a eleição que foi realizada em 30 de outubro, em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu vencedor. Pelo texto, o resultado do pleito seria desconsiderado sob a suposta alegação de que ocorreu fraude na votação, segundos fontes consultadas pela reportagem.

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