Cenário fiscal interno e corte de juros nos EUA impulsionam volatilidade nos mercados
O dólar alcançou R$ 6,26 nesta quarta-feira (18/12), registrando a maior cotação da história. O recorde foi impulsionado pelo corte de 0,25 ponto percentual nos juros dos Estados Unidos, anunciado pelo Federal Reserve (Fed), que agora operam na faixa de 4,25% a 4,50%. A decisão também impactou negativamente o mercado de ações brasileiro, levando o Ibovespa a cair 2,31%, fechando em 121.807 pontos.
Internamente, o cenário fiscal segue alimentando a volatilidade. Apesar das intervenções do Banco Central, que injetou US$ 12,8 bilhões no mercado nos últimos dias, o clima de incerteza gerado pela espera da aprovação do pacote de cortes de gastos no Congresso continua pressionando o câmbio.
Especialistas apontam que a falta de segurança fiscal tem afastado investidores. “O Brasil precisa de mudanças estruturais, como cortes efetivos de gastos, para recuperar credibilidade, e não de medidas paliativas”, avaliou Idean Alves, especialista em investimentos.
Enquanto isso, o governo aguarda a votação de um conjunto de medidas no Congresso, que visa economizar cerca de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos. Contudo, o mercado demonstra ceticismo, com a projeção de um dólar ainda mais forte e seus efeitos negativos sobre inflação, taxa Selic e dívida pública.