Departamento de Estado condena decisão de Moraes e afirma que responsabilizará cúmplices da conduta do STF
Os Estados Unidos condenaram oficialmente, nesta segunda-feira (4), a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O posicionamento foi publicado pelo Escritório do Departamento de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental, nas redes sociais.
Na nota, o governo norte-americano classificou Moraes como um “violador de direitos humanos sancionado pelos EUA” e afirmou que ele estaria utilizando instituições brasileiras para silenciar adversários. “O juiz [Alexandre] Moraes continua a usar as instituições brasileiras para silenciar a oposição e ameaçar a democracia”, diz o comunicado.
O texto também critica a restrição imposta ao ex-presidente, impedido de se defender publicamente: “Impor ainda mais restrições à capacidade de Jair Bolsonaro de se defender em público não é um serviço público. Deixem Bolsonaro falar!”. Ao final, os EUA alertam: “Responsabilizaremos todos aqueles que auxiliarem e forem cúmplices da conduta”.
A decisão de Moraes, publicada nesta segunda-feira, argumenta que houve descumprimento reiterado das medidas cautelares. Segundo o ministro, Bolsonaro participou, ainda que por vídeo, de manifestação pública no último domingo (3), em Copacabana, no Rio de Janeiro, violando as restrições judiciais. A chamada foi feita por seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
Justice Moraes, now a U.S.-sanctioned human rights abuser, continues to use Brazil’s institutions to silence opposition and threaten democracy. Putting even more restrictions on Jair Bolsonaro’s ability to defend himself in public is not a public service. Let Bolsonaro speak!…
— Bureau of Western Hemisphere Affairs (@WHAAsstSecty) August 5, 2025
Com a nova ordem, Bolsonaro está proibido de receber visitas — com exceção de advogados —, de utilizar celular direta ou indiretamente, e de manter contato com pessoas não autorizadas pelo Supremo. Ele também segue impedido de interagir com embaixadores, autoridades estrangeiras e redes sociais.
A defesa do ex-presidente alega que todas as cautelares vinham sendo respeitadas e que irá recorrer da decisão. A medida teve repercussão imediata, tanto na imprensa internacional quanto entre aliados políticos. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, chamou a prisão de “absurdo” e declarou solidariedade ao ex-chefe do Executivo.






