Ex-CEO e ex-diretora da Americanas são incluídos na lista da Interpol

Miguel Gutierrez e Anna Christina Ramos Saicali, ambos alvos da Operação Disclosure, já são considerados foragidos, segundo a PF

Os nomes do ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez, e da ex-diretora da empresa, Anna Christina Ramos Saicali, foram incluídos na lista de Difusão Vermelha da Interpol pelo Núcleo de Cooperação Internacional da Polícia Federal. Alvos da Operação Disclosure, deflagrada nesta quinta-feira (27), ambos estão fora do país — Gutierrez na Espanha, onde tem cidadania, e Anna em Portugal.

“Os dois principais investigados no âmbito da operação, ex-CEOs do grupo Americanas-B2W e alvos de mandados de prisão preventiva, encontram-se foragidos no exterior. Ambos já foram incluídos na lista de Difusão Vermelha da Interpol pelo Núcleo de Cooperação Internacional”, informou a Polícia Federal.

Embora a operação ainda esteja em andamento, a PF declarou que ambos já são considerados foragidos. Gutierrez informou há meses que está na Espanha, enquanto Anna viajou para Portugal no dia 15. O pedido de buscas e apreensões da PF menciona apenas endereços brasileiros da dupla, ambos no Rio de Janeiro.

Ao todo, 14 pessoas são investigadas pela Operação Disclosure. O grupo é responsável pela maior fraude da história do mercado financeiro do Brasil, estimada em cerca de 25,3 bilhões de reais. Segundo a decisão judicial que autorizou a operação, a PF atribui aos investigados “manobras fraudulentas” destinadas a alterar “os resultados reais da empresa”.

O objetivo, de acordo com a PF, era “receber vantagens indevidas com o pagamento de bônus por metas atingidas e elevar de forma ilícita a cotação das ações das Americanas, pois, assim, gerariam ganhos financeiros não justificados, visto que alguns dos investigados tinham participação acionária nas empresas”.

As manobras “causaram grande prejuízo para os demais acionistas, principalmente aos minoritários, que, em razão da falsa saúde financeira das empresas, operavam transações acionárias com preços inflacionados”, explicaram os investigadores. Os crimes investigados são manipulação de mercado e uso de informação privilegiada.

O avanço das investigações e as ações da Operação Disclosure ressaltam a seriedade do caso e o impacto significativo no mercado financeiro brasileiro, colocando em evidência a necessidade de maior vigilância e transparência nas operações corporativas.

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