Com uma certa folga ao longo da campanha, seja com o time principal ou alternativo, o Rubro-Negro conquistou o Campeonato Estadual pela 37ª vez na história. E foi Hexa-Tri
O Flamengo chegou ao Hexa-Tri do Campeonato Carioca após a vitória contra o Fluminense neste sábado, no Maracanã, pelo jogo da volta e após empatar na ida – o placar agregado ficou em 4×2. O domínio regional está mantido e acentua a atual era gloriosa do clube, que entre 1985 e 2009, tirou uma diferença de seis títulos para o Tricolor e tornou-se o maior campeão estadual, agora com a mesma distância à frente em relação ao próprio Flu: 37 a 31.
A campanha do Flamengo foi construída ao longo de 15 jogos, nos quais contou estrategicamente com um time alternativo em boa parte. Aliás, as seis primeiras rodadas da Taça Guanabara, que correspondem a 40% de toda a trajetória, foram realizadas com maioria de garotos da base comandados por Maurício Souza, que se disse “satisfeito com a imposição de sua equipe sobre os adversários”. A filosofia do clube afeita à supremacia técnica se alastrou, digamos.
Com Mauricinho, o Flamengo conquistou quatro vitórias, um empate e foi derrotado uma única vez (para o Flu). Além de dar rodagem a jovens de talento, como Hugo Moura, João Gomes (iluminado na decisão) e Rodrigo Muniz, o “laboratório” foi essencial para Michael e Vitinho adquirem confiança, pois abriram mão de parte das férias e foram protagonistas na primeira fase.
Aliás, a dupla – em alta com Rogério Ceni – chegou a ser responsável diretamente por 46% dos gols do Fla até a final, mesmo com as estrelas já em ação.
Por falar nos astros, Gabigol voltou a ser quem mais brilhou. O camisa 9 terminou o Estadual como o principal goleador da equipe, com oito gols, e como o craque da última noite, quando deitou e rolou e marcou um “doblete”.
Mesmo reserva, Pedro também mostrou o seu valor dentro da área e foi decisivo em jogos encardidos, como quando marcou duas vezes no empate (2 a 2) diante da Portuguesa, evitando a derrota do time reserva, e com o hat-trick sobre o Volta Redonda (3 a 0), já pela ida da semifinal. Fez seis gols ao todo – terminou como vice-artilheiro do clube.
A força do elenco foi determinante para que o time titular alcançasse a vaga antecipada às oitavas da Libertadores, por exemplo, pois os suplentes, quando acionados no Estadual, deram conta do recado. Assim, com o plantel bem fisicamente, houve intensidade em jogos significativos e imp, com exceção ao pífio desempenho diante do Vasco, na derrota por 3 a 1 – a única da equipe de Rogério Ceni na competição.
Para muitas pessoas da opinião pública, inclusive da torcida, o título carioca é algo protocolar, uma “obrigação”. Se é por aí ou não, o fato é que o Fla cumpriu a sua missão, ratificou a hegemonia local com o histórico Hexa-Tri e, de quebra, encorpou o elenco visando o encardido e apertado calendário do restante da temporada. Dá para dizer que agora começa a “brincadeira de gente grande”.
NÚMEROS DO FLAMENGO NO CARIOCA
Jogos: 15
Vitórias: 10
Empates: 3
Derrotas: 2
Gols marcados: 34 (melhor ataque)
Gols sofridos: 13
Maior artilheiro: Gabigol – 8 gols
Maior garçom: Michael – 6 assistências
GAROTOS DA BASE UTILIZADOS
Goleiros: Gabriel Batista e Hugo Souza
Laterais: Ramon e Matheuzinho
Zagueiros: Gabriel Noga* e Natan*
Volantes: Daniel Cabral*, Richard Ríos*, Hugo Moura, Lucas André e Gomes
Meias: Yuri*, Max e Pepê
Atacantes: Lázaro*, Thiaguinho, Mateus Lima, Gabriel Barros e Rodrigo Muniz
* Apenas com o técnico Maurício Souza