Conforme anunciado aqui no BSB TIMES a duas semanas, em meio a pandemia, funcionários dos Correios entram em greve por tempo indeterminado.
A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (Fentect) informou que a paralização ocorre como uma reação a falta de medidas para proteção contra o coronavírus e políticas para preservar os empregos e contra a possível privatização da estatal.
Interessante ressaltar, que a duas semanas, quando anunciado o indicativo de greve, não foram pautadas questões acerca de possível falta de medidas protetivas contra o covid-19.
Segundo a federação em 1º de agosto a estatal revogou acordo que garantia uma série de benefícios, entre eles 30% do adicional de risco, vale-alimentação, licença-maternidade de 180 dias, auxílio-creche, indenização por morte e auxílio para filhos com necessidades especiais, além de pagamentos como adicional noturno e horas extras.
A cerca de duas semanas, vale lembrar, a direção dos Correios se pronunciou na defesa dos cortes. Para a empresa esta é uma medida necessária para fazer face à crise econômica causada pela pandemia, além de constituir uma equalização com todas as outras categorias de trabalhadores, haja vista nenhuma gozar de tão extensa lista de direitos.
Em nota, os Correios reafirmaram a necessidade de garantir o equilíbrio financeiro da estatal, inclusive como forma de garantir os empregos, e que mantém um plano para continuidade no atendimento mesmo em situações de greve.
Veja a nota:
” Os Correios não pretendem suprimir direitos dos empregados. A empresa propõe ajustes dos benefícios concedidos ao que está previsto na CLT e em outras legislações, resguardando os vencimentos dos empregados conforme contracheques em anexo que comprovam tais afirmações.
Sobre as deliberações das representações sindicais, os Correios ressaltam que a possuem um Plano de Continuidade de Negócios, para seguir atendendo à população em qualquer situação adversa.
No momento em que pessoas e empresas mais contam com seus serviços, a estatal tem conseguido responder à demanda, conciliando a segurança dos seus empregados com a manutenção das suas atividades comerciais, movimentando a economia nacional.
Desde o início das negociações com as entidades sindicais, os Correios tiveram um objetivo primordial: cuidar da sustentabilidade financeira da empresa, a fim de retomar seu poder de investimento e sua estabilidade, para se proteger da crise financeira ocasionada pela pandemia.
A diminuição de despesas prevista com as medidas de contenção em pauta é da ordem de R$ 600 milhões anuais. As reivindicações da Fentect, por sua vez, custariam aos cofres dos Correios quase R$ 1 bilhão no mesmo período – dez vezes o lucro obtido em 2019. Trata-se de uma proposta impossível de ser atendida.
Respaldados por orientação da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), bem como por diretrizes do Ministério da Economia, os Correios se veem obrigados a zelar pelo reequilíbrio do caixa financeiro da empresa. Em parte, isso significa repensar a concessão de benefícios que extrapolem a prática de mercado e a legislação vigente. Assim, a estatal persegue dois grandes objetivos: a sustentabilidade da empresa e a manutenção dos empregos de todos.”
Hélio Rosa para o BSB TIMES