Governo baixa o tom e busca diálogo com EUA para reverter tarifaço

Alckmin lidera ofensiva diplomática e se reúne com Amcham após ouvir setores produtivo e agropecuário


O governo brasileiro intensificou nesta semana os esforços diplomáticos para reverter as tarifas de 50% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos nacionais. Nesta quarta-feira (16/7), o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, se reúne com representantes da Câmara de Comércio Americana (Amcham), em Brasília, com o objetivo de iniciar tratativas diretas.

A iniciativa ocorre após reuniões realizadas na terça-feira (15/7) com representantes do setor produtivo e do agronegócio, dois dos mais afetados pela medida. Alckmin destacou a urgência do tema e afirmou que o governo pretende resolver a questão até o fim do mês. “Amanhã vamos reunir com a Amcham e ouvir ainda outros setores, como a indústria química, cooperativas, CNA, CNC, empresas de software e forças sindicais”, disse o ministro.

As sanções comerciais foram anunciadas por Trump logo após a Cúpula do Brics no Rio de Janeiro, onde o presidente Lula defendeu moedas alternativas ao dólar e criticou ameaças feitas nas redes sociais. Segundo Trump, o Brasil não estaria “sendo bom” para os Estados Unidos, e as tarifas poderiam ser revistas caso o país remova barreiras comerciais.

Em resposta, o presidente Lula assinou o decreto que regulamenta a Lei de Reciprocidade Econômica, que autoriza contramedidas a sanções unilaterais de outros países. O decreto também institui o Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, que irá coordenar a resposta brasileira. A equipe será composta por ministros da Casa Civil, Fazenda, Relações Exteriores e Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

Durante os encontros com empresários, Alckmin enfatizou que o objetivo não é estender prazos, mas alcançar uma solução negociada. “Essas tarifas são inadequadas. Os Estados Unidos têm superávit na balança comercial com o Brasil há 15 anos, tanto em bens quanto em serviços”, afirmou o ministro, argumentando que a medida afeta também consumidores americanos.

O governo aposta em articulação conjunta com setores industriais dos EUA para demonstrar que o aumento de tarifas não apenas encarece produtos brasileiros, mas também onera o mercado americano. Segundo fontes do Planalto, o Brasil seguirá os protocolos diplomáticos e deve apresentar oficialmente um pedido de revisão das sanções, priorizando o diálogo antes de adotar contramedidas previstas em lei.

website average bounce rate

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui