Decisão de incluir o MST no evento gerou forte reação negativa, levando o Planalto a desistir da ideia, alegando questões de “logística”
Após enfrentar uma enxurrada de críticas, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desistiu de incluir representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no desfile de 7 de Setembro, em Brasília. O convite, que já havia sido feito, destinava-se a uma homenagem às forças de segurança e entidades da sociedade civil envolvidas na reconstrução do Rio Grande do Sul após enchentes, mas foi retirado diante da reação negativa.
Inicialmente, o MST seria um dos grupos homenageados por seu trabalho no resgate e amparo às vítimas das enchentes. No entanto, o Planalto voltou atrás, alegando dificuldades de “logística” como motivo oficial para a desistência, negando que a retirada tenha sido causada pela repercussão negativa da inclusão do movimento no evento.
A decisão de incluir o MST no desfile, ainda que temporária, foi duramente criticada por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, como o senador Márcio Bittar (União Brasil-AC), que afirmou que o Exército Brasileiro “talvez tenha que bater continência para bandidos do MST”, chamando a inclusão de uma “vergonha para o Brasil”.
Apesar do recuo, o governo Lula mantém a homenagem a outras entidades que atuaram na reconstrução do Rio Grande do Sul, como as Forças Armadas, o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil, entre outras. A polêmica, contudo, destaca a sensibilidade em torno da inclusão do MST em eventos oficiais, refletindo a polarização política do país.