Pesquisa do varejo realizada pelo IBGE em maio apontam uma recuperação de 13.9% em relação aos meses anteriores.
Por Rogério Cirino *
Números positivos já eram esperados, porém vieram bem acima das espectativas do mercado, que projetava quase a metade (7%).
Em números mensais relativos é o número já registrado pelo instituto.
Em alguns setores os números foram ainda mais marcantes, vestuário, por exemplo, cravou mais de 100% de aumento, móveis e eletrodomésticos 47,5%.
Tiago Lucero, especialista em antropologia econômica, aponta para peculiaridades da crise econômica causada pela pandemia.
Segundo ele está é uma crise deflacionária (diferente das crises inflacionárias que o país costuma enfrentar).
“É um cenário que se aproxima daquele do pós-guerra, com pessoas avidas por consumir, o que chamamos de demanda repremidida.
Some-se isso às modificações no comportamento de consumo causados pela pandemia e podemos ter uma gama de pessoas com vontade e recursos, é simples: se a massa salarial retraiu 7,3%, conforme números oficiais, é de se esperar que as famílias tenham reduzido gastos ainda em maior medida, e que possivelmente irão continuar a reduzir, o menor gasto com combustível é um exemplo.
Esses recursos as famílias acabam direcionando para o varejo em outros setores.
É um ciclo renovado.”
Reservado o otimismo do pesquisador, as projeções ainda apontam para uma retração do PIB na casa dos 6%.
*Com informações do Correio Brasiliense
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