A partir de agora, o inquérito terá início e o presidente será alvo de investigação formal pelos deputados. Esse processo se divide em duas etapas distintas.
Inicialmente, uma comissão na Câmara dos Representantes convocará testemunhas e reunirá documentos, um procedimento que pode se estender por algumas semanas. Posteriormente, as evidências coletadas serão analisadas e, caso o processo seja aceito pelos membros da comissão, serão redigidos os artigos de impeachment.
Na sequência, os artigos serão votados no plenário da Câmara, necessitando apenas de uma maioria simples para aprovação. Se validado, o presidente é declarado “impedido”, mas permanece no cargo. O ex-presidente Donald Trump passou por esse processo duas vezes.
A segunda fase ocorre no Senado americano, responsável pelo julgamento. O presidente pode se defender das acusações diante dos senadores, e testemunhas também podem ser ouvidas. A Suprema Corte supervisiona todo o procedimento.
Ao final, é convocada uma votação onde a condenação demanda dois terços dos senadores, ou seja, 67 de 100 votos. Atualmente, o Senado possui 51 democratas e 49 republicanos.
Nenhum presidente dos Estados Unidos foi destituído do cargo por impeachment. Anteriormente, o Congresso realizou quatro julgamentos:
- Presidente Andrew Johnson, em 1868, por demitir um secretário de gabinete sem consentimento do Congresso;
- Presidente Bill Clinton, em 1998, por perjúrio e obstrução de Justiça;
- Presidente Trump, em 2020, por abuso de poder e obstrução do Congresso;
- Presidente Trump, em 2021, por incitar uma insurreição de apoiadores contra o Congresso.
Todos foram absolvidos e permaneceram no poder, com exceção do segundo julgamento de Trump, que ocorreu após o término de seu mandato