Levante do Grupo Wagner abala o poder de Putin e expõe fragilidades do regime russo

Blinken, secretário de Estado dos EUA, destaca “rachaduras reais” e Comissão Europeia considera situação “preocupante para o Kremlin”

O levante liderado por Yevgeny Prigozhin, líder dos mercenários do Grupo Wagner, abalou o poder do presidente russo, Vladimir Putin. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, destacou as “rachaduras reais” no regime de Putin e chamou o levante de “extraordinário”. A Comissão Europeia considerou a situação uma “notícia muito preocupante para o Kremlin”. Analistas afirmam que a reputação de Putin como líder forte e controlador da política interna foi prejudicada.

O acordo mediado por Belarus estabelecia que Prigozhin deveria retornar com seus homens aos acampamentos do Grupo Wagner e deixar a Rússia, exilando-se em Belarus. As autoridades confirmaram a partida dos paramilitares da região de Voronezh, na fronteira com a Ucrânia. No entanto, os mercenários conseguiram avançar até 200 km de Moscou antes do anúncio do acordo. O pacto perdoa todas as acusações de incitação à revolta armada e anistia os paramilitares.

Especialistas afirmam que o poder de Putin está sendo questionado, destacando que a reputação do presidente como líder forte está danificada. Brian D. Taylor, professor de ciência política da Syracuse University, ressalta que a liderança russa falhou ao permitir que um exército privado de mercenários assumisse o controle de um quartel-general e avançasse rumo a Moscou com pouca resistência. Aleksandar Djokic, analista político sérvio, afirma que a rebelião liderada por Prigozhin danificou a reputação de Putin, tanto interna quanto externamente, e motivou as elites a criar novas alianças para protegerem seu futuro após Putin. Apesar de algumas divergências de opinião entre os especialistas, todos concordam que o levante do Grupo Wagner afetou a imagem de Putin como líder invencível.