Lula ameaça cancelar patrocínio do Banco do Brasil à Agrishow após convite a Bolsonaro

O ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, afirmou que a presença de Bolsonaro e a “descortesia” com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, pesaram na decisão.

Por Rogério Cirino

O governo federal ameaçou cancelar o patrocínio do Banco do Brasil à Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), em Ribeirão Preto, após um mal-estar gerado pela presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no evento.

De acordo com informações, o Banco do Brasil estará presente na Agrishow por meio de sua atuação comercial para realização de negócios e atendimento aos seus clientes, mas o banco tomará medidas cabíveis se houver qualquer desvio das finalidades negociais previstas. A organização da feira ainda não comentou o assunto, enquanto não for notificada oficialmente pelo banco.

O Banco do Brasil é um dos principais expositores da Agrishow e tem previsão de gerar R$ 1,5 bilhão em negócios na feira agrícola deste ano. O banco também informou que na safra 2022/2023 liberou R$ 154 bilhões em créditos, sendo que sete em cada dez negócios foram fechados com agricultores familiares (Pronaf) e médios produtores (Pronampe).

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Havia expectativa de que o ministro Carlos Fávaro (Agricultura) estivesse presente na abertura da Agrishow, principal referência em tecnologia agrícola na América Latina, mas o ministro decidiu não participar. Na terça-feira (25), uma conversa entre a direção da Agrishow e Fávaro terminou em impasse. O presidente da feira, Francisco Matturro, informou ao ministro que Bolsonaro participaria da abertura e que isso poderia causar algum tumulto ou constrangimento por manifestações contrárias ao governo. Segundo relatos, Matturro sugeriu que Fávaro participasse da feira na terça-feira (2), quando haverá reunião da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária). A conversa desagradou ao ministro e, desde então, o governo passou a considerar não participar do evento.

A ausência do titular da pasta frustrará o setor, já que havia a expectativa de que ele anunciasse linhas de crédito para o agronegócio e desse detalhes da elaboração do Plano Safra 2023/24, que deve ser anunciado em junho. Fávaro manteve sua posição e não comparecerá na abertura do evento. “Entendo que o Brasil precisa avançar. A Agrishow é uma feira de negócios, não é uma feira de palanque político. Mas, se quiserem transformar em um palanque político, é direito dos seus organizadores”, afirmou.

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