Restituição dos direitos aos trabalhadores também foi defendida pela presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann
A revogação da reforma trabalhista foi defendida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas redes sociais na terça-feira 4.
Ao compartilhar notícia de que a Espanha estaria revendo as mudanças na legislação trabalhista feitas em 2012, que precarizaram as relações e não criaram novos empregos, o petista celebrou a medida.
“É importante que os brasileiros acompanhem de perto o que está acontecendo na Reforma Trabalhista da Espanha, onde o presidente Pedro Sanchez está trabalhando para recuperar direitos dos trabalhadores”, escreveu.
No Brasil, a reforma trabalhista foi feita durante o governo Michel Temer (MDB), há cerca de quatro anos, e, ao contrário do que prometia, não chegou nem perto de criar milhões de empregos no País ou aumentar a renda dos trabalhadores.
Especialistas ouvidos recentemente por CartaCapital indicaram ainda que o novo modelo de relações de trabalho criou mais insegurança jurídica e enfraqueceu as negociações entre empresas e funcionários. Postos de trabalho com direitos históricos consolidados deram lugar a um modelo ‘pejotizado’ e cada vez mais precário e informal.
Gleisi Hoffmann, deputada federal e presidente do PT, também usou as redes para celebrar a mudança nas leis na Espanha e defender que o mesmo caminho seja adotado no Brasil pelo próximo presidente.
“Notícias alvissareiras desse período: Argentina revoga privatização de empresas de energia e Espanha reforma trabalhista que retirou direitos. A reforma espanhola serviu de modelo para a brasileira e ambas não criaram empregos, só precarizaram os direitos. Já temos o caminho”, destacou a parlamentar.
Ainda na terça-feira, Juliano Medeiros, presidente do PSOL, em entrevista a CartaCapital,
também se mostrou entusiasta da medida e afirmou ‘esperar que Lula assumisse a defesa da revogação das reformas’. Para ele, ‘a esquerda precisa começar a fazer compromissos claros com o enfrentamento ao establishment financeiro’, fato que começaria pela revisão das mudanças feitas por Temer no pós-golpe em 2016.
Por Getúlio Xavier; Carta Capital