O General Júlio César de Arruda foi empossado provisoriamente em 30 de dezembro do ano passado. Deverá ser substituído pelo General Tomás Maicol Miné Ribeiro Paiva
Por Rogéio Cirino*
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu neste sábado o comandante do exército general Júlio César de Arruda. Ele foi indicado para o cargo pelo próprio presidente Lula e foi escolhido com base na antiguidade. A informação foi confirmada por fontes governamentais à CNN.
Seu sucessor será o general Tomás Maicol Ribeiro Paiva, comandante das forças do sudeste.
Na sexta-feira (20), Paiva afirmou que o resultado da votação eletrônica deve ser respeitado. Foi a primeira manifestação pública de um comandante militar desde os crimes de 8 de janeiro.
Continuamos a garantir a nossa democracia, porque a democracia pressupõe liberdades e garantias individuais e públicas. E este é o regime do povo. mudança de poder Isso é uma votação. E, quando votamos, devemos respeitar o resultado das urnas ”, afirmou.
Por isso, junto com outros membros da ACE, foi alvo de uma campanha de difamação nas redes Bolsonaritas.
Na quarta-feira (18), no quartel-general do comando Militar do Sudeste (CMSE), com a formação do exército o general falou por cerca de dez minutos.
Na ocasião ele relembrou os soldados mortos durante uma operação de paz da Nações Unidas no Haiti, onde o Brasil esteve de 2004 a 2017.
De forma figurada o General fez um paralelo entre o terremoto que aniquilou o páis caribenho e o ambiente políotico no BRasil. No meio de seu discurso, o general falou então de outro “tremor” que atingiu o país recentemente. “Nos últimos dias estamos vendo um tremor diferente no país um tremor político que não causou vítimas”, disse o General.
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Esse terremoto, segundo ele, é movido pelo ambiente virtual, que não tem freio. “Todo nós somos hoje hiperinfomados. Para excesso de informação só tem um remédio: mais informação. É se informar com qualidade e buscar fontes fidedignas”, avaliou.
De acordo com ele, essa violência, “essa intolerância tem nos atacado”. “Esse terremoto não está matando gente, mas está tentando matar a nossa coesão, a nossa hierarquia e a nossa disciplina, o nosso profissionalismo e o orgulho que a gente tem de vestir essa farda. E não vai conseguir”, destacou.
Logo em seguida, o general reafirmou o Exército como instituição de Estado: “Ser militar é ter uma instituição de Estado, apolitica, apartidária; não interessa quem está no comando, a gente vai cumprir a missão do mesmo jeito. Isso é ser militar”.
O general disse ainda que os militares não devem ter correntes políticas e devem permanecer coesos. “(Ser militar) é não ter corrente. Isso não significa que ele não pode ter sua opinião. Ele pode ter, mas ele não pode se manifestar. Ele pode ouvir muita coisa: ‘faço isso, faça aquilo’, mas ele faz o que é correto, mesmo que o correto seja impopular”, pontuou.
O general concluiu o discurso para a tropa com uma defesa enfática da democracia e do respeito ao resultado das urnas.
“Essa é a mensagem que quero trazer para vocês. Em que pese o turbilhão, o terremoto, o tsunami, nós vamos continuar íntegros, coesos e respeitosos e vamos continuar garantindo a nossa democracia, porque a democracia pressupõe liberdade e garantias individuais e públicas”, ressaltou.
“E é o regime do povo, da alternância de poder. É o voto. E, quando a gente vota, tem de respeitar o resultado da urna. Essa é a convicção que eu tenho, mesmo que a gente não goste do resultado – nem sempre é o que a gente queria. Mas essa é o papel da instituição de Estado, que respeita os valores da Pátria”, finalizou.
*Com Informações do Estadão