Lula quer melhorar popularidade com economia, mas não diz como

Desaprovação atinge 57% e governo aposta em “bons resultados” sem explicar como pretende alcançá-los

A popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vive seu pior momento desde o início do terceiro mandato, segundo a pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta semana. A desaprovação do governo chegou a 57%, superando a marca anterior de 56%.

Diante dos números, o governo promete reagir — não com um plano claro, mas com otimismo e palavras de ordem. A aposta do Planalto está em melhorar os indicadores econômicos e aumentar a exposição pública de Lula, como se mais aparições resolvessem a percepção negativa sobre inflação, escândalos e desorganização política.


Avaliação do governo Lula — Quaest (junho/2025):

  • Desaprovação: 57%

  • Desaprovação anterior: 56% (abril/2025)

 

Apesar do discurso de virada, nenhuma medida concreta foi apresentada. O que se sabe é que o governo quer “dar visibilidade” a Lula, anunciar programas voltados à classe trabalhadora e contar com a sorte: a queda do dólar e uma safra agrícola recorde seriam os trunfos. O problema é que não foi dito como isso será convertido em melhora de vida real para os brasileiros — especialmente os que sofrem com o preço da comida.


Percepções econômicas — Quaest:

  • Acham que a economia piorou nos últimos 12 meses: 48%

  • Acham que melhorou: 18%

  • Acham que os preços dos alimentos subiram: 79%

No discurso oficial, o vice-presidente Geraldo Alckmin afirma que o cenário deve melhorar com o recuo do dólar e a colheita agrícola.

“Tivemos um aumento do dólar muito forte, chegamos a R$ 6,20. Ele já caiu para R$ 5,70. É um outro momento.”

Na prática, o que se vê é uma confiança abstrata em fatores externos e a promessa de uma nova linha de crédito para reforma de casas — medida ainda não detalhada.


Queda da inflação não foi suficiente

O IPCA-15 de maio indicou uma desaceleração nos preços de alimentos e bebidas, caindo de 1,14% em abril para 0,39%. Os produtos que mais puxaram essa queda foram:

  • Tomate: -7,28%

  • Arroz: -4,31%

Mesmo assim, a percepção de que os preços continuam altos permanece entre quase 80% da população. Ou seja, o alívio no índice oficial ainda não chegou às prateleiras nem à mesa dos brasileiros.


Crises acumuladas e silêncio estratégico

Auxiliares do governo admitem — em off — que parte da impopularidade vem de desgastes recentes: a crise do Pix, os descontos ilegais no INSS e a trapalhada do IOF, que precisou ser revertida após forte reação do Congresso e do mercado.

Apesar disso, o governo mantém o foco em “melhorar a comunicação”, sugerindo que o problema está na forma como se fala, e não no que se faz. Faltam medidas claras, metas definidas e um plano de ação com começo, meio e fim.

No fim das contas, o que se tem é um governo apostando em resultados econômicos que ainda não vieram e sem explicar como exatamente pretende alcançá-los. Fica a torcida.

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