O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, e relator do inquérito que investiga a suposta interferência do presidente na Polícia Federal, afirmou que autorizar o depoimento por escrito seria um gesto de respeito à presidência. O ministro falou isso à CNN em entrevista
Nas suas palavras:
“Seria por parte do Judiciário um reconhecimento do nosso direito. E seria uma deferência ao presidente. É o diálogo, a harmonia que a Constituição reclama entre os poderes. Independência e harmonia, cada qual atuando em sua área. Eu acho que é hora de nós nos compenetrarmos que devemos somar forças para buscar melhores dias”.
Na mesma entrevista o ministro negou que seu voto possa gerar algum mal estar com o restante dos integrantes do STF.
“Nós respeitamos muito a posição assumida pelo colega [Celso de Mello]. Mas o colegiado é um somatório de forças distintas. Não existe o não me toque. Disseram que o ministro Celso de Mello teria um desgaste. Não houve desgaste. Eu, por exemplo, cansei de ficar vencido sozinho. Nunca me senti desgastado. Isso é fake”.
Marco Aurélio tem se mostrado imparcial e focado na manutenção do equilíbrio entre os poderes diante do que parecem ser constantes ataques da corte suprema à presidência e ao Poder Executivo.
Com a saída próxima de Celso de Mello do STF e a indicação do nome por Bolsonaro, Marco Aurélio pode vir a compor um mote de resistência dentro de uma corte nitidamente tomada por, no mínimo, valores progressistas, o que não coadunam somente com o presidente, mas com o povo que o elegeu.
Com informações da CNN Brasil, Hélio Rosa para o BSB TIMES.