O Nordeste se projeta como uma peça-chave no tabuleiro global de energia
Foto: Dall-e
O Nordeste brasileiro está à beira de uma transformação que promete não apenas mudar a realidade local, mas impactar o cenário energético global. Com um megainvestimento que ultrapassa R$ 522 bilhões, a região se prepara para assumir um papel central na produção de hidrogênio verde (H2V), o combustível do futuro. À frente dessa empreitada está o estado do Rio Grande do Norte, que se posiciona como pioneiro com um aporte inicial de R$ 111 bilhões distribuídos em pelo menos seis projetos capazes de gerar 5 GW de energia e criar 30 mil novos empregos.
As iniciativas para transformar a matriz energética incluem um conjunto de projetos avançados em cidades potiguares, como Areia Branca, Macau e Pedra Grande. Esses empreendimentos, alguns já em fase de licenciamento ambiental, visam alavancar a economia do estado e reforçar sua posição de liderança no setor de H2V. Segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec-RN), os investimentos projetados somam mais de US$ 20 bilhões.
A aposta em hidrogênio verde reflete um movimento estratégico: aproveitar as condições climáticas e geográficas do Nordeste, que é já um líder na produção de energia eólica, para expandir para novas fronteiras energéticas. Projetos como o Complexo Industrial Alto dos Ventos, orçado em US$ 2,5 bilhões (cerca de R$ 14,5 bilhões), exemplificam essa ambição. Com capacidade de produção de 1 GW de hidrogênio verde, o complexo promete consolidar a posição do estado no mercado energético.
O avanço do setor de H2V no Rio Grande do Norte é respaldado por um arcabouço regulatório robusto, incluindo um Marco Legal que estabelece as diretrizes para a produção sustentável de hidrogênio no Brasil. Esse marco é acompanhado pela inauguração do Centro de Excelência em Formação Profissional para Hidrogênio Verde, em fevereiro, que tem como objetivo capacitar mão de obra para todas as etapas da cadeia produtiva.
Outro pilar fundamental para o sucesso dessa empreitada é o Porto-Indústria Verde, a ser construído entre Caiçara do Norte e Galinhos, com um investimento de R$ 5,6 bilhões. Projetado para escoar a produção de H2V e outros produtos renováveis, o porto deve se tornar um ponto de exportação estratégico. O governo já iniciou os trâmites para a obtenção da licença ambiental, um passo essencial para consolidar a infraestrutura necessária e viabilizar o projeto, que deve entrar em operação até 2030.
Além do Rio Grande do Norte, outros estados nordestinos, como Ceará, Piauí e Bahia, também buscam se destacar no desenvolvimento do hidrogênio verde, atraindo investimentos e firmando parcerias que podem colocar a região na vanguarda da transição energética global. No Ceará, por exemplo, mais de 27 projetos estão em andamento, reforçando a perspectiva de que o Nordeste se torne uma potência em energias renováveis e hidrogênio verde.
O impacto dessa transformação transcende a economia regional. Com um megainvestimento que ultrapassa a marca de R$ 522 bilhões, com potencial para reposicionar o Brasil como líder em um mercado que promete redefinir o futuro energético do planeta.