O nosso entrevistado é Carlos Lopes Ribeiro, o Carlinhos Imperador como é mais conhecido, é casado com a professora Kátia Macedo, pai de três filhos e dois enteados. Antes de ser político, iniciou no comércio local como balconista, tornando-se mais tarde um comerciante bem-sucedido. Cursou até o sétimo semestre de direito e, na política, está em seu 3° mandato de vereador. Já foi Presidente da Câmara Municipal de Planaltina, onde é reconhecido como um político ficha limpa.
BSB. O que o senhor entende sobre o subsídio como a melhor saída do transporte público para o município de Planaltina?
CI. O subsídio é uma forma de tornar a tarifa mais acessível ao usuário e garantir a operação por parte do empresário. Alguém tem que pagar o diesel, material de consumo e, de certa forma, gerar lucro para a empresa fazer investimento em frota. Este subsídio é a participação do poder público para garantir o cidadão à acessibilidade ao transporte. O empresário não consegue custear toda a tarifa e, se forçar a barra, não vai conseguir pagar a conta do sistema. Chegará um momento que, obrigatoriamente, terá que fechar as portas e mesmo que outra empresa venha assumir a operação, surgirão os mesmos problemas, por esta razão, o subsídio é indispensável.
BSB. Por que o transporte público sofre tanto sem a parceria da prefeitura? O que realmente está faltando?
CI. A participação da prefeitura tem certa limitação. No caso, o subsídio que eu busco é pleiteado ao Estado de Goiás e ao Governo Federal, pelo fato do transporte interestadual ser de competência federal e, para o GDF, por que fazemos parte da RIDE e prestamos serviço à Brasilia. Já a participação da prefeitura no quesito condições e incentivo é imprescindível, pois o transporte de qualidade é um conjunto de ações, por exemplo, a falta de malha asfáltica faz com que os ônibus saem da garagem por uma via de chão batido. Em tempo de chuva, o ônibus chega ao cidadão todo lameado e, em tempo de seca, empoeirado, sem falar na quantidade de buracos que os ônibus são obrigados a passar por cima. Com isso, gera uma viagem estressante e bem mais demorada. Os pontos de ônibus não tem abrigos adequados, os banheiros da rodoviária são inacessíveis, devido ao odor e falta de manutenção. Tudo isso é participação direta da prefeitura e, por outro lado, alguns políticos locais, por não entenderem o sistema ou talvez por maldade, fazem campanha diuturnamente contra a empresa e seus colaboradores. Tal atitude descredibiliza ainda mais o transporte público, gerando assim uma insegurança jurídica que impede os bancos até mesmo de darem uma oportunidade de crédito aos empresários.
BSB. Quando que o transporte público beneficiaria o usuário de Planaltina?
CI. A população só terá benefício no transporte em Planaltina quando os políticos realmente defenderem o melhor atendimento do serviço ao usuário do nosso município. Em tempos, surgem políticos que atacam e agridem quem fornece o transporte público, não percebem o erro, pois o nome já diz “público”, não é só privado, tem que ser uma parceria. Estão indo na contramão da coisa. O poder público deve apoiar os empresários para a garantia do funcionamento da operação que é uma responsabilidade conjunta, fornecendo toda a infraestrutura local para a circulação dos ônibus e abrigos aos usuários. Há políticos locais e de outras esferas que ficam na zona de conforto por conta que boa parte da população desconhece as atribuições do poder público e acaba sem saber como reivindicar os seus direitos.
BSB. Afinal, qual seria a solução mais imediata para baixar a tarifa de ônibus?
CI. A solução imediata é o governo subsidiar a tarifa, assim como é feito na região metropolitana de Goiânia, em Brasília e em várias outras regiões do país. E também a prefeitura dar condições de tráfego para as linhas de Planaltina. A quantidade de buracos, quebra-molas e enchentes na cidade inflacionam a operação para a empresa. Os ônibus acabam quebrando e levando uma boa parte da tarifa, gerando assim uma necessidade de reajuste.
BSB. E por que o empresário do transporte público teria que ser visto como parceiro do usuário e da administração pública e não como vilão da história?
CI. Enquanto o empresário for visto como o vilão, a população vai pagar a conta, por que o poder público continuará retalhando as empresas de transporte, uma atitude que tira a qualidade do serviço público, como citei nas respostas anteriores. Um empresário em qualquer cidade que possui políticos sérios e comprometidos com a população é acolhido, respeitado e incentivado como gerador de empregos e impostos que movimentam a economia local. Faço algumas perguntas para reflexão: Quem vai investir em uma cidade que tudo e todos são contra sua empresa? Qual o empresário que não quer ter ônibus novos? “Os empresários de transporte do entorno são vítimas junto com a população e todos querem renovar suas frotas, só está faltando condições e apoio do poder público”, finaliza o vereador Carlinhos Imperador.