Pandemia: falta de oxigênio sufoca Manaus

Com crise no fornecimento do insumo, médicos se desdobram em equipamentos de ventilação manual e pacientes correm risco de morrerem sufocados.

Por Hélio Rosa para o BSB Times

O cenário já grave em Manaus causado pela pandemia do novo coronavírus agora é de caos e desespero nos hospitais da cidade devido à falta de oxigênio para atender pacientes internados com covid-19. Já circulam relatos de pacientes com infecção respiratória grave que morreram pela falta do insumo.

Cenas mostram familiares correndo para comprar e levar cilindros aos doentes. Profissionais de saúde se revezam a cada 20 minutos para fazer ventilação manual com equipamentos que deveriam ser usados apenas em caso de emergência. A prática eleva o alto risco de contaminação da própria equipe médica.

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Vídeos divulgados pelas redes sociais, familiares entram em desespero, em um deles uma mulher chora e pedindo para que alguém leve oxigênio para uma unidade de saúde de Manaus. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo o pesquisador Jesem Orellana, da Fiocruz, descreveu os hospitais da cidade como “câmaras de asfixia”.

Nesta quinta-feira (14) pela manhã, o Hospital Universitário Getúlio Vargaschegou a ficar cerca de quatro horas sem oxigênio, gerando desespero nos funcionários.

Incapacitado de atender todos os casos o Governo Amazonas decidiu transferir ao menos 750 pacientes para outros estados. Goiás, Distrito Federal e estados do Nordeste receberam pacientes vindos de Manaus. O governo do Pará decidiu proibir a circulação de embarcações saídas do estado vizinho.

Eduardo Pazuello, que esteve segunda-feira (11) na capital do Amazonas anunciou medidas de apoio ao estado. O governador Wilson Lima (PSC) classificou a situação dos hospitais como “dramática” e pediu auxílio do governo federal para o fornecimento de oxigênio.

Entre as medidas anunciadas pelo ministro da saúde em apoio ao Amazonas, estam a abertura de leitos em hospitais federais e a disponibilização de recursos para a contratação de 1.400 profissionais de saúde. Um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) descarregou quinta-feira (14) tanques de oxigênio para reforçar os hospitais.

Capacidade de produção esgotada

A capacidade de produção diária das em presas é de 28,2 mil metros cúbicos por dia, mas com o aumento da demanda chegou a 76 mil. A White Martins, principal fornecedora, anunciou ainda na quinta-feira (14) que esta em conversação para importar oxigênio da Venezuela para suprir a demanda do estado.

Toque de recolher

O governador do Amazonas, Wilson Lima, anunciou nesta quinta-feira (14), ações para enfrentar o aumento de casos de Covid-19 no Estado. Uma das medidas é a suspensão do transporte coletivo de passageiros em rodovias e rios e o toque de recolher nas ruas, em todo o estado, entre às 19h e 6h.

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