Unidade terá agentes treinados pelos EUA e atuará contra o Hezbollah e o crime organizado
O Paraguai vai instalar um centro antiterrorista, com apoio do FBI, para atuar na Tríplice Fronteira com Brasil e Argentina. A base será composta por 15 policiais paraguaios treinados nos Estados Unidos, que trabalharão no combate ao Hezbollah e ao crime organizado. A informação foi confirmada pelo ministro do Interior do Paraguai, Enrique Riera, à CNN.
Segundo o ministro, a unidade ficará sediada em Assunção e contará com uma base no lado paraguaio da fronteira. “O Paraguai terá um centro antiterrorista com apoio do FBI. Nós declaramos o Hezbollah como uma organização terrorista, e não somente os homens armados, como todos os membros do partido”, disse.
Em maio, o governo de Donald Trump anunciou recompensa de até US$ 10 milhões por informações sobre as redes financeiras do Hezbollah na região. O objetivo é interromper o fluxo de recursos da organização. Riera destacou que “o terrorismo e o crime organizado estão ligados, um financia o outro”.
Além do treinamento com o FBI, os agentes paraguaios também recebem instrução dos Carabineros do Chile e da polícia colombiana. O ministro informou que haverá maior integração com o ministro da Justiça do Brasil, Ricardo Lewandowski, e com a ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich.
Na reunião ministerial do Mercosul sobre segurança, realizada em maio, Brasil, Argentina e Paraguai renovaram o acordo do Comando Tripartite da Tríplice Fronteira. Criado em 1996, o mecanismo prevê ações conjuntas de segurança e troca de informações, com garantia de confidencialidade.
Do lado brasileiro, o centro de inteligência funciona em Foz do Iguaçu (PR), coordenado pela Polícia Federal. Os principais focos da cooperação são combate a facções, lavagem de dinheiro e terrorismo. As autoridades destacam que o crime organizado passou a ter atuação transnacional, o que exige maior integração entre os países.
