Medida foi publicada no Diário Oficial do DF de sexta-feira (3/2). Passageiros do entorno estão indignados por conta do aumento e da baixa qualidade da estrutura oferecida
As passagens do serviço de transporte semiurbano (linhas do Entorno) terão novos preços a partir deste domingo (5/3), com um reajuste de 12%, conforme portaria publicada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) de sexta-feira (3/3).
Quem mora no entorno e faz esse caminho todos os dias se revolta com a situação, como é o caso de Italma Medeiros, 36 anos. A cuidadora de idosos mora no Valparaíso e todo dia vai trabalhar na Asa Norte, em ônibus precários, que muitas vezes a deixam na mão. “Já é difícil o patrão pagar a passagem do entorno por ser mais cara, com aumento, piora para gente”, conta a cuidadora.
Ela relatou que há cerca de dois meses, pegou um ônibus para Luziânia, com passagem no valor de R$ 7,40. Quando foi passar o dinheiro para o cobrador, o valor cobrado foi de mais de R$ 9. “Eles aumentaram de forma relâmpago, sem ao menos nos comunicar”, lamenta.
A medida foi publicada no Diário Oficial da União da última sexta-feira (3/3). Até fevereiro deste ano, a gestão do transporte público do Entorno era responsabilidade da Secretaria de Mobilidade Pública do DF. No entanto, em dezembro do ano passado, o GDF enviou um ofício devolvendo a gestão para a União.
A desistência ocorreu após o Supremo Tribunal Federal (STF) barrar um reajuste de até 26% nas passagens dos ônibus do Entorno. O convênio de gestão e fiscalização do transporte entre a ANTT e o GDF foi assinado em julho de 2021.
Novo consórcio
No dia 23 de fevereiro, a governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP), e o governador do Goiás, Ronaldo Caiado (UB), afirmaram que planejam criar um consórcio interfederativo que una o DF, Goiás e a União para o transporte público do Entorno.
Segundo os governadores, a ideia é que os três entes participantes dividam uma tarifa técnica para arcar com a diferença entre a tarifa paga pelo cidadão e a paga por eles. O valor seria dividido de forma igualitária.
Por Ellen Travassos, Correio Braziliense