Paz e zona de comércio livre marcam preparação da 36ª Cúpula da União Africana

O Conselho Executivo da União Africana, que conta com os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países do continente, começa hoje a preparar a 36ª Cúpula de chefes de Estado e de Governo que acontece a partir de amanhã (17), com uma forte tônica na paz em África e na criação de uma zona de comércio livre

Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 55 Estados que integram a União Africana começam hoje a preparar em Addis Abeba, capital da Etiópia, as linhas mestras da 36ª Cúpula de chefes de Estado e de Governo desta organização que ocorrerá entre 17 e 19 de fevereiro, também em terras etíopes.

Entre as prioridades dos países africanos está desde logo a paz, com sucessivos golpes militares em países como Burkina Faso, Guiné Conacri e Mali a marcarem os últimos anos e a destabilizarem a região. Também o conflito aberto entre a República Democrática do Congo e Ruanda, a junta militar no Chade e a situação no norte da Etiópia, onde apesar de a paz já ter sido estabelecida entre os rebeldes do Tigray e o Governo, continua a ameaça de tropas da Eritreia, temas que estarão em discussão.

Estes conflitos serão discutidos no seio de uma reunião do Conselho de Paz e Segurança, que se vai realizar no dia 17 de fevereiro, com várias reuniões paralelas das organizações regionais africanas, incluindo a CEDEAO, Comunidade económica dos Estados da África ocidental, havendo uma Cimeira Extraordinária, presidida por Umaro Sissoco Embaló, Presidente da Guiné Bissau, prevista também para o fim de semana.

Já o mote da cimeira é a concretização da Zona de Comércio Livre africana, com o Embaixador de Angola na Etiópia, Francisco José da Cruz, a declarar à imprensa angolana, que esta iniciativa criará “uma nova dinâmica” econômica no continente que poderá vir a abranger 1,3 bilhão de pessoas.

Outros temas abordados pelos ministros no Conselho Executivo tendo em vista a reunião de chefes de Estado é a operacionalização do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças, assim como a evolução de uma Agência Africana do Medicamento e a preparação do ano da nutrição, tendo em conta as conclusões da cúpula de Dacar, que decorreu no final de janeiro, sobre a segurança alimentar.

Também desta cúpula sairá a próxima presidência rotativa da União Africana, que após um duelo diplomático com o Quénia, deverá ficar a cargo das Ilhas Comores. Será a primeira vez que um Estado insular africano assume este cargo.

Por Rádio França Internacional; Diplomacia Business

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