Malta questionou a ausência de “defensores dos macacos”, fazendo referência às comparações racistas feitas pela torcida do Valencia ao atacante brasileiro.
Por Rogério Cirino
A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou, nesta quinta-feira, 25, a abertura de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar as declarações feitas pelo senador Magno Malta (PL-ES) a respeito dos ataques racistas direcionados ao jogador do Real Madrid, Vinicius Júnior. Durante uma reunião da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), na terça-feira, o senador afirmou que a cobertura midiática sobre o caso está “revitimizando” o jogador, em vez de apoiá-lo.
“Você só pode matar alguma coisa com o próprio veneno de alguma coisa, está bem? Então, é o seguinte: cadê os defensores da causa animal que não defendem o macaco? O macaco está exposto. Vejam quanta hipocrisia! E o macaco é inteligente, está bem pertinho do homem – a única diferença é o rabo. É ágil, valente, alegre; tudo o que você possa imaginar ele tem”, disse o senador durante o evento.
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Após as declarações, o PSOL anunciou que irá apresentar uma representação contra o parlamentar no Conselho de Ética do Senado, além de registrar uma notícia-crime no STF. Em comunicado à Agência Brasil, a assessoria do senador informou que ele se manifestará sobre o pedido de abertura de inquérito assim que for notificado.
Anteriormente, em um pronunciamento no Congresso, Malta afirmou que prestou apoio ao jogador Vini Júnior e alegou ser vítima de “uma narrativa”. “Eu estava fazendo uma analogia, porque sou um homem respeitador. Nunca desrespeitei ninguém, nem oposicionista”, declarou o senador.