Polícia Federal investiga ex-prefeito do RJ em operação sobre fraude de cartões de vacina

Segunda fase da Operação Venire apura inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 no sistema de saúde

Nesta quinta-feira (4), a Polícia Federal deflagrou a segunda fase da Operação Venire, que investiga a possível fraude nos cartões de vacina do ex-presidente Jair Bolsonaro, de sua filha Laura e de assessores. Entre os alvos estão o secretário estadual de Transportes do Rio de Janeiro e ex-prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis, e a secretária de Saúde do município, Célia Serrano. Os agentes cumprem mandados de busca e apreensão emitidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A investigação foca em determinar se o sistema da Secretaria de Saúde de Duque de Caxias foi utilizado de forma irregular para registrar doses de vacina contra a Covid-19 que não foram aplicadas. Na primeira fase da operação, em maio do ano passado, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, foi preso por envolvimento no esquema. O ex-presidente negou a falsificação de seu cartão de vacina, alegando que não se vacinou contra a Covid-19 e que não lhe foi exigido comprovante de vacinação ao entrar nos Estados Unidos por ser chefe de Estado.

Na atual fase, a ação tem como objetivo identificar novos beneficiários do esquema fraudulento e cumprir mandados de busca e apreensão nas cidades do Rio de Janeiro e Duque de Caxias. Segundo a PF, as investigações apontam que dados falsos foram inseridos nos sistemas do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) e na Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), do Ministério da Saúde, para que pessoas ligadas ao círculo próximo de Bolsonaro pudessem emitir certificados de vacinação e burlar restrições sanitárias impostas no Brasil e nos Estados Unidos.

A primeira fase da operação identificou a formação de uma associação criminosa para inserir dados falsos de vacinação. As falsificações alteraram a condição de imunização contra a Covid-19 dos beneficiários, permitindo-lhes emitir certificados de vacinação e contornar as restrições sanitárias vigentes. Além de Mauro Cid, outras figuras próximas a Bolsonaro, como o sargento do Exército Luís Marcos dos Reis e o ex-assessor Sérgio Cordeiro, também foram identificadas como parte do esquema.

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