Após aprovação apertada em comissão, o Planalto recuou diante do risco de perder apoio no plenário; texto perde validade nesta quarta-feira (8/10) se não for votado
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu adiar a votação da Medida Provisória (MP) nº 1.303/2025, que substitui o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e trata da tributação sobre aplicações financeiras e ativos virtuais. A decisão foi tomada após a equipe econômica perceber que não havia votos suficientes para aprovar o texto no plenário da Câmara.
A MP foi aprovada na comissão especial nesta terça-feira (7/10) por uma diferença mínima — 13 votos a 12 —, o que acendeu o alerta no Palácio do Planalto. A base aliada agora faz uma contagem voto a voto entre deputados e senadores para garantir a aprovação antes do prazo final.
O texto precisa ser votado nas duas Casas até as 23h59 desta quarta-feira (8/10). Caso contrário, perde validade e deixa de produzir efeitos.
Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi pessoalmente ao Senado para se reunir com o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), em uma tentativa de viabilizar o acordo político. Mesmo assim, o governo enfrentou uma derrota parcial: a previsão de arrecadação, antes estimada em R$ 20 bilhões para 2026, caiu para cerca de R$ 17 bilhões.
A MP é considerada essencial para manter o equilíbrio fiscal sem recorrer a novos aumentos de impostos. O atraso, no entanto, sinaliza as dificuldades do governo em manter coesa sua base no Congresso.






