Oito navios rebocadores tentavam desencalhar um longo navio de contêineres de 400 metros que bloqueava a passagem no Canal de Suez
Por infomoney
Os preços do petróleo subiam nesta quarta-feira (24), depois que um navio encalhou no Canal de Suez, o que gerou preocupações sobre a oferta. Contudo, temores de uma lenta recuperação na demanda devido a “lockdowns” na Europa limitam os ganhos.
Oito navios rebocadores tentavam nesta quarta-feira desencalhar um longo navio de contêineres de 400 metros que bloqueava a passagem no Canal de Suez, uma das mais importantes vias marítimas do mundo.
“O suporte aos preços vem como cortesia do bloqueio ao transporte”, disse Stephen Brennock, da corretora PVM. “Mesmo assim, o sentimento do mercado provavelmente ainda vai sofrer pra sair dessa sua nova tendência baixista”.
O petróleo Brent LCOc1 subia US$ 1,24, ou 2,04%, a US$ 62,03 por barril, às 8:14 (horário de Brasília). O petróleo dos Estados Unidos CLc1 avançava US$ 1,27, ou 2,2%, a US$ 59,03 por barril.
“O potencial impacto sobre a oferta levantou os preços”, disse Jeffrey Halley, da corretora OANDA, sobre o incidente em Suez, embora com a ressalva de que a questão parece temporária.
Conforme destaca a XP Investimentos, o evento pode provocar travas na cadeia global de energia. Segundo a Bloomberg, que ouviu fontes com conhecimento no assunto, o canal pode ficar bloqueado por dias.
O Bradesco BBI destaca que o Canal de Suez faz parte de algumas das rotas mais importantes dos navios petroleiros. Portanto, o bloqueio deve ter um impacto direto no fornecimento de óleo. “No entanto, o impacto deve ser temporário, e como as refinarias na Europa operam com baixas taxas de utilização e os estoques locais de petróleo estão em níveis elevados, o problema deve ter um impacto menor na demanda de petróleo”, avaliam os analistas.
Por outro lado, pesavam contra os preços os lockdowns e aumento de restrições na Alemanha, na Itália, na França e em outros países europeus, limitando os ganhos do petróleo. Na terça-feira, o petróleo Brent havia desabado 5,9%, enquanto o barril nos EUA perdeu 6,2%.