Na Cúpula de Presidentes da América do Sul, que ocorreu nesta terça-feira (30/5), as críticas ao discurso do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em defesa de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, continuaram a se intensificar.
Por Rogério Cirino
Após o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, expressar suas preocupações, foi a vez do presidente do Chile, Gabriel Boric, condenar as declarações de Lula e destacar a impossibilidade de ignorar as violações dos direitos humanos na Venezuela.
Durante a reunião da cúpula, Boric ressaltou a importância da participação de Maduro em organismos multilaterais para a resolução de problemas, ao invés de atacar uns aos outros. No entanto, o líder chileno enfatizou que não se pode simplesmente varrer para debaixo do tapete assuntos que envolvem princípios importantes, como as violações de direitos humanos.
Em declaração à imprensa, Boric expressou sua discordância com a afirmação de Lula de que a situação de direitos humanos na Venezuela seria apenas uma construção narrativa. Para o presidente chileno, essa questão vai além de narrativas políticas, é uma realidade séria. Ele ressaltou o respeito aos refugiados venezuelanos que vivem em outros países, afirmando que teve a oportunidade de testemunhar as dificuldades e dores enfrentadas por centenas de milhares de venezuelanos em seu próprio país. Boric defendeu uma posição firme e clara de respeito aos direitos humanos em todos os lugares, independentemente da inclinação política do governante.
Essas condenações por parte de líderes sul-americanos refletem a crescente preocupação com a situação na Venezuela, onde têm ocorrido violações sistemáticas dos direitos humanos, como prisões arbitrárias, tortura e restrições à liberdade de expressão. Os presidentes estão deixando claro que não se pode ignorar ou minimizar essas violações em nome de alianças políticas ou narrativas ideológicas.
A participação de Maduro em organismos multilaterais tem sido objeto de debate, com alguns argumentando que sua presença legitima um governo que comete abusos contra seu próprio povo. No entanto, a questão central aqui é que os direitos humanos são universais e devem ser respeitados em todas as circunstâncias.
Enquanto a controvérsia sobre a situação na Venezuela continua a envolver líderes políticos na região, fica evidente que a questão dos direitos humanos é um tema sensível e fundamental. A condenação de Lula por presidentes sul-americanos reforça a necessidade de abordar essas violações de forma transparente e promover o respeito aos direitos fundamentais em todo o continente.