Em entrevista à CNN Deputado federal, alvo da PF, nega envolvimento e destaca ausência de ações para espionar autoridades durante seu período na Agência Brasileira de Inteligência.
O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), um dos alvos da Operação Vigilância Aproximada da Polícia Federal (PF), concedeu uma entrevista à CNN nesta quinta-feira (25) para esclarecer que durante sua gestão na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) não foram realizadas ações de monitoramento de membros do Poder Legislativo e Judiciário. A PF investiga o uso do software FirstMile para espionar autoridades na operação.
Ramagem negou veementemente qualquer participação em tentativas de associar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) a organizações criminosas durante sua gestão, que ocorreu entre 2019 e 2022. Segundo o deputado, o ex-presidente Jair Bolsonaro sempre buscou informações, mas nunca com o intuito de invadir a privacidade de pessoas, e eventuais equívocos eram corrigidos internamente.
A decisão que embasou as buscas da PF, proferida pelo ministro Alexandre de Moraes, detalha o modus operandi de parte dos servidores da Abin sob comando de Ramagem, alegando desvirtuamento institucional da operação de inteligência. A investigação da PF aponta que a Abin teria realizado 33 mil monitoramentos ilegais durante o governo Bolsonaro, incluindo políticos, jornalistas, advogados, ministros do STF e adversários da gestão do ex-presidente.
Além disso, o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia e o ministro da Educação, Camilo Santana, também teriam sido alvos das ações de espionagem. O caso, que levanta preocupações sobre a legalidade das práticas da Abin, continua a gerar debates e questionamentos sobre a conduta da agência de inteligência.