Humanidade está mais próxima da aniquilação, alertam cientistas
O Relógio do Juízo Final, criado pelo Bulletin of the Atomic Scientists em 1947, foi ajustado nesta terça-feira (28) para 89 segundos antes da meia-noite. Essa é a marca mais próxima da destruição global desde sua criação, refletindo o agravamento de ameaças como guerras, mudanças climáticas e avanços na inteligência artificial com potencial militar.
Conflitos globais aumentam riscos
Os cientistas justificaram o novo ajuste citando a guerra entre Rússia e Ucrânia, que representa o conflito mais violento na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. A Rússia continua utilizando ameaças nucleares como estratégia de intimidação, enquanto as tensões em regiões como Oriente Médio, Taiwan e Coreia do Norte também são fontes de preocupação.
Segundo Daniel Holz, presidente do Conselho de Ciência e Segurança do Bulletin, “a guerra na Ucrânia continua sendo uma grande fonte de risco nuclear, com possibilidade de escalada devido a erros de cálculo ou decisões precipitadas”.
Além disso, o retrocesso da Rússia em tratados de controle de armas nucleares e sua resistência em renovar acordos como o Novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas (que expira em 2026) foram destacados como agravantes.
IA e mudança climática no radar
Outro fator determinante para o ajuste do relógio foi o avanço da inteligência artificial, especialmente suas potenciais aplicações militares. Segundo Holz, “os avanços na IA no campo de batalha são preocupantes, principalmente pela possibilidade de integração com armas nucleares”.
A mudança climática também segue como uma ameaça significativa. O ano de 2024 foi registrado como o mais quente da história, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial da ONU. Apesar do crescimento em energia renovável, o esforço global ainda está longe de atender às necessidades para evitar os piores impactos do aquecimento global.
Um alerta para os líderes mundiais
“A definição do Relógio do Juízo Final em 89 segundos para a meia-noite é um aviso para todos os líderes mundiais”, enfatizou Holz. Ele destacou que, embora os desafios não sejam novos, o progresso para enfrentá-los continua insuficiente, resultando em um cenário cada vez mais instável.
O ajuste do relógio serve como um lembrete simbólico do perigo crescente enfrentado pela humanidade e da urgência de ações globais para reduzir os riscos que ameaçam a sobrevivência do planeta.